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Dr. Manoel Magalhães com o filho Dr. Leonam.
Dr. Manoel Magalhães com o filho Dr. Leonam. Ele e o pai são otorrinolaringologistas, assim como o avô Dr. Manoel Lopes. Eles atendem na mesma clínica e costumam dividir opiniões sobre diagnósticos e sobre a evolução da medicina na especialidade em comum

Médicos em Família

Ser médico é se doar diariamente para cuidar do próximo, é ficar de plantão para salvar vidas e aliviar a dor, é ser inspiração e exemplo para muitas pessoas, inclusive para a sua família.

A medicina é uma carreira tradicional e respeitada no Brasil, e muitas vezes ela é passada de uma geração para outra. A herança da profissão é motivo de orgulho e realização para diversos médicos da cidade por isso, no mês em que se comemora o Dia do Médico (18 de outubro), a Revista DiverCidades conta a história de três famílias de médicos que são referência na arte de cuidar e, com elas, homenageia todos os profissionais de Macaé e região.

A medicina na família Galiza

Um dos médicos mais respeitados da Princesinha do Atlântico, o urologista Dr. Daniel Galiza tem 50 anos de profissão e é um exemplo para sua família. O primeiro a cursar medicina foi o sobrinho e afilhado, Dr. Roberto Galiza, gastroenterologista e endoscopista. Em seguida, foi a vez da sobrinha, a dermatologista Dra. Maria Cláudia Galiza. A terceira sucessora foi a filha, Dra. Hérica Almeida Galiza, pediatra. Por fim, o quarto a entrar na faculdade de medicina foi o filho, Dr. Daniel Galiza Filho, que atua em clínica médica e terapia intensiva.

Meu tio e padrinho sempre foi muito presente, fomos sempre muito juntos e a referência acontece desde criança”, reflete Dr. Roberto. Ele lembra que sua irmã e prima foram suas acadêmicas no Hospital São João Batista. “Descobrimos a medicina juntos, eu era médico recém-formado e meu tio foi o início de tudo, ele abriu o caminho e nós seguimos. É uma carreira muito bacana e olho com orgulho a trajetória de cada um”, destaca.

O urologista Daniel Galiza, ao centro, com os filhos Hérica e Daniel (ao lado dele) e os sobrinhos Roberto e Maria Cláudia.
O urologista Daniel Galiza, ao centro, inspirou os filhos Hérica e Daniel (ao lado dele) e os sobrinhos Roberto e Maria Cláudia a cursarem medicina e seguir a profissão com dedicação às pessoas e empatia pelo próximo

Dra. Hérica disse que, desde os 14 anos, já sabia que queria fazer medicina e o pai sempre deixou os filhos livres para escolher a profissão. “Mas quando eu passei para a UFF (Universidade Federal Fluminense), mesma faculdade que ele estudou, ele chorou”, conta a filha. Dr. Galiza lembra da dedicação da filha. “Foi muita emoção. Ela queria passar para uma faculdade federal. Eu cheguei a matriculá-la na particular, mas ela preferiu estudar mais um ano para cursar na federal. E ela conseguiu”, recorda o urologista.

Dr. Daniel Galiza Filho revela os conselhos do pai. “Ele sempre fala para ter paciência, tratar bem as pessoas, ser gentil, cortêz com a família do paciente e ter empatia com o próximo. Esse é o grande legado dele para todos nós”, afirma.

Uma família, cinco médicos e 50 anos de tradição na cidade. O nome pesa? “Carregamos um sobrenome de peso sim, mas aprendemos com o meu tio, nosso maior exemplo, que medicina é devoção, uma vida de dedicação ao próximo, de um trabalho árduo e muito gratificante!”, declara Dra. Maria Cláudia.

Dr. Galiza esboça sua satisfação. “Eu fico orgulhoso por eles terem seguido a minha profissão. Tenho quatro netos e é possível que algum deles siga a profissão também. Se eu puder estar presente, o orgulho será maior ainda”, frisa.

Pai, filho e neto médicos na família Magalhães

Três gerações dedicadas à otorrinolaringologia. Assim é a família do Dr. Manoel Magalhães, que atua em Macaé desde 1981. Formado pela UFF, Dr. Manoel pensava em ser médico desde criança, inspirado no pai, Dr. Manoel Lopes Magalhães, otorrino em Niterói.

Tinha meu pai como exemplo e, logo que entrei na faculdade, no quarto período, eu comecei a frequentar o consultório dele e ver as cirurgias. Ele era meu exemplo de profissão e de especialidade e me deu aula no internato”, conta.

Hoje, Dr. Manoel e seu filho Dr. Leonam Magalhães, atendem na mesma clínica e, até a pandemia, os dois operavam juntos. “Escolher a medicina foi muito natural. Eu cresci frequentando os corredores da Clínica São Lucas, ia encontrar meu pai no fim do expediente”, afirma Dr. Leonam. Ele acrescenta que não houve pressão do pai para escolher a mesma especialidade, mas que a convivência acabou influenciando.

O bom de ter três gerações na mesma especialidade é que a gente acompanha a evolução da medicina naquela determinada área. A gente escuta como era no passado e vê como faz hoje, por exemplo. Meu avô fazia diagnóstico de laringe com espelho e hoje tem exames muito mais elaborados. Conhecer o histórico e imaginar que ele conseguia diagnosticar sem tanta tecnologia é muito interessante”, avalia Dr. Leonam.

Um costume que pai e filho têm é a troca de conhecimento. “Almoçamos de duas a três vezes por semana juntos e é comum ter comentário sobre algum caso, avaliamos como um pode ajudar o outro. Também conversamos sobre medicamentos e equipamentos novos”, conta Dr. Manoel. Leonam acrescenta que a mãe diz que esse costume o Dr. Manoel também tinha com o pai, em Niterói.

É um sentimento de gratidão por ter escolhido a medicina e a otorrino, e que demos continuidade na profissão”, comenta Dr. Manoel.

Dra Sheila com as filhas Dra. Letícia Costa Oliveira e a Dra. Júlia Oliveira.
Dra. Sheila Oliveira (sentada) com as filhas Dra. Letícia Costa Oliveira e a Dra. Júlia Oliveira. A mãe se sente orgulhosa das filhas terem seguido a carreira médica e cita alguns fatos curiosos ocorridos entre elas, como o de um paciente que elogiou o atendimento de uma médica na emergência que, por coincidência, era a própria filha

Mãe e filhas dedicadas à medicina

Dra. Sheila Oliveira, médica do trabalho e pós–graduada em psiquiatria, é apaixonada pela medicina. Sua dedicação e exemplo acabaram incentivando a escolha das filhas: Dra. Júlia Oliveira e Dra. Letícia Costa de Oliveira, clínicas gerais e pós-graduandas em medicina do trabalho.

Minha mãe nunca impôs nada, mas sempre houve uma admiração, ela estava sempre com o jaleco na mão. Além disso, a gente sempre queria os brinquedos de médico na escola, com seringa e estetoscópio. Fomos escolhendo a profissão ao longo do tempo, de forma muito natural”, explica Dra. Letícia.

Dra. Sheila diz que o ponto alto foi ver as filhas com o diploma nas mãos. “Conseguimos formar duas mulheres médicas. Fiquei extremamente feliz com a escolha delas. Eu acho que é a melhor profissão que existe. É maravilhoso ser colega de trabalho das filhas”, afirma a mãe orgulhosa.

Elas contam que, em casa, tentam evitar falar sobre medicina, mas sempre tem algum tema para abordar. “Acontece muito de uma tirar dúvida da outra ou de comentar sobre algum caso específico”, reforça Dra. Letícia.

Me sinto lisonjeada quando elas me perguntam algo ou vêm tirar alguma dúvida. É sinal de respeito e de confiança no meu trabalho. Me sinto uma mulher plena, completa e muito feliz como mãe”, garante Dra. Sheila.

Dra. Letícia revela que teve receio de voltar para Macaé depois de formada. “Tive muito medo por causa do peso do nome, mas acabou não sendo assim. Foi uma coisa boa. Já atendi pessoas que conhecem a minha mãe, a minha família, e é gratificante”, conta.

Dra. Júlia destaca que a medicina não é apenas uma profissão. “A gente se envolve no dia a dia e tenta ajudar o paciente de alguma forma. Em casa, sempre ouvimos a importância de fazer a diferença na vida de alguém e incorporamos isso na prática, de enxergar o ser humano, dar atenção e fazer com que a pessoa seja cuidada”, afirma.

Dra. Sheila finaliza destacando algumas coincidências. “Já aconteceu casos de pacientes meus passarem mal, irem para a emergência e serem tratados por elas ou paciente chegar aqui no consultório contando que foi muito bem atendido na emergência e, quando eu fui ver a receita, era uma delas que tinha feito a consulta. Situações como essas são gratificantes, pois apontam que elas estão no caminho certo. O paciente é o maior objetivo do médico, é preciso olhar para ele com atenção, empatia e cuidado”, conclui.

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