Esquecer as chaves de casa, um compromisso agendado, a data de aniversário de alguém são situações comuns na vida de muitas pessoas. Mas, a falha da memória costuma deixar as pessoas preocupadas e em dúvida sobre até que ponto é normal esquecer.
Segundo o neurologista Pedro Portugal Pereira Jorge, médico que atua em Macaé, esta é uma queixa muito comum. A rotina de vida moderna com inúmeras tarefas a cumprir e pouco espaço para momentos de lazer e relaxamento podem prejudicar a memória.
“Só hoje (dia 23 de agosto), atendi quatros pacientes com esta reclamação. Na maioria das vezes o paciente se queixa não de uma doença, e sim de algo subjetivo. É uma análise própria. O paciente acha que o desempenho da memória dele não é compatível com o que ele gostaria. Mas, quando vou avaliá-lo, verifico que não há doença alguma. Muitas vezes o paciente sofre algum tipo de sobrecarga. E, quem está sobrecarregado fica mais estressado, tem nível menor de atenção e isso tudo prejudica a memória”, explica.
A sobrecarga pode ter origem profissional ou psíquica, por exemplo. Pessoas submetidas à intensa jornada de trabalho e à busca do alcance de metas difíceis de serem cumpridas são realidades comuns na vida de trabalhadores em Macaé que podem interferir no funcionamento da memória. Problemas de fundo emocional no ambienta familiar e no relacionamento, e ansiedade também podem afetar a memória.
De acordo com Pedro Portugal, nos casos em que a causa do esquecimento está na sobrecarga, não há tratamento médico que resolva o problema. “Tem gente que pede vitamina ou remédio. A indústria farmacêutica promete muita coisa, mas, não há um estudo sério que comprove que isso melhore a memória. Se a pessoa se encher de remédio e continuar com o mesmo ritmo de vida, não vai adiantar nada”, diz o médico.
A dica do neurologista para que a memória funcione bem é investir na qualidade de vida, tentar ter horas de trabalho mais justas, fazer atividades de lazer, alimentar-se bem, manter o corpo saudável, evitar o consumo de álcool e manter o bem-estar psicológico. O uso de drogas, lícitas ou não, provocam danos às células cerebrais. “Qualquer tipo de droga prejudica a memória. O uso abusivo de álcool causa lesões e as outras drogas, até em uso recreativo, mesmo que seja em doses pequenas, são prejudiciais”, diz Pedro Portugal.
Quando os esquecimentos causam danos nas relações sociais, pode ser um indicativo de que há algum problema de saúde. Nesses casos, a pessoa deve procurar um médico para investigar se de fato há alguma doença. Não necessariamente, o neurologista, deve ser o especialista procurado. Muitas vezes, o clínico geral pode prestar atendimento médico, pedir exames e avaliar o paciente.
Comentários
muito bom ouvir um
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