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Rossine Medeiros Oitenta anos de boas histórias

seg, 03/02/2020 - 09:38 -- Renatta Viana
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Alle Tavares e arquivo pessoal.
homem sentado no banco

Um verdadeiro ícone em Macaé, conhecidíssimo por todos e, por onde passa, deixa um “bom dia” carinhoso e sorridente, principalmente, no calçadão da Avenida Rui Barbosa, onde costuma passar as manhãs lendo seu jornal. Quem não conhece Rossine Medeiros, certamente, ainda o conhecerá um dia. Essa figura tão importante da cidade chega aos seus 80 anos com uma história de vida fantástica, esbanjando saúde, vitalidade, energia e alegria.
alinos de educação física Natural de Santo Antônio de Pádua, no noroeste fluminense, de uma família de 15 irmãos, Rossine chegou a Macaé em 1957 para servir ao Exército. Ainda bem jovem, fez curso de formação de professores no Rio de Janeiro em 1962, prestou concurso público para o estado e passou. Sendo assim, iniciou sua trajetória como professor de Educação Física na Escola Matias Neto, até ser convidado para lecionar no tradicional Colégio Estadual Luiz Reid em 1965 e lá ficou como diretor do colégio até 1991, quando se aposentou. Ainda assim, continuou a dar aulas de natação no Castelo, no Polivalente, em academias e até em cidades vizinhas.
Seu maior tempo de vida profissional foi ligado ao Luiz Reid mas, como professor, realizou inúmeros feitos em nome do esporte, como a 1ª Olimpíada Estudantil em Macaé em 1963, envolvendo as instituições: Matias Neto, Irene Meirelles, Visconde de Araújo, Raquel Reid, Télio Barreto e Luiz Reid. Entre as modalidades disputadas estavam: futebol de campo, de salão, voleibol, basquete, natação, atletismo (com corrida, lançamento de peso e dardo) e salto em altura e distância. Em 1984, realizou a 1ª Corrida de Macaé a Rio das Ostras, um feito inédito para a época. Rossine também é Benemérito da Federação Carioca de Futebol e ajudou o esporte Taekwondo a chegar no Brasil.

Envolvimento com a política
Em 1982, foi Secretário de Turismo de Macaé, quando promoveu a 1ª Feira de Artesanato com diversas atividades espalhadas pela cidade. Nas eleições de 2018, surpreendeu a todos se candidatando a deputado estadual, quando obteve mais de mil e quinhentos votos. Rossine tem título de cidadão macaense e mérito municipal de Carapebus, inclusive, ele contribuiu para a realização das primeiras eleições em Carapebus e Quissamã.

Momentos importantes
Em 2007, tiveram os jogos Pan Americanos no Rio de Janeiro e Rossine foi convidado para homem segurando a tocha olímpicacarregar a tocha por 200 metros. Em 2016, nas Olimpíadas do Rio, o ápice, acendeu a tocha olímpica, quando esta passou por Macaé. Foram momentos inesquecíveis para ele. “Foi uma emoção sem igual. E pra completar, o Comitê Olímpico ainda solicitou um discurso, e eu, muito emocionado, fiz. Nunca me esqueci daquele momento. Enquanto eu discursava, tocava uma música do Queen”, lembra.
Sobre a sua vida pessoal, o professor abriu o coração e contou que foi casado por mais de 10 anos e, dessa união, nasceu sua única filha Iara Lúcia, mãe de sua grande paixão, a neta Gabriela. Da família imensa de 15 irmãos, hoje Rossine só tem uma irmã, a Risete Medeiros, com quem compartilha muitos momentos de alegria. Durante a entrevista, cada lembrança o remetia ao passado. Falou sobre o time do coração, Vasco da pai, filha e netaGama, que inclusive, a  família inteira era de vascaínos e a tradição vem se perpetuando. Seu vício é ler jornal e rever os amigos no coração de Macaé, o calçadão. É sentado no banquinho que ele reencontra diariamente colegas de trabalho, alunos e muitos amigos transitando pra lá e pra cá.
No auge dos seus 80 anos, seus hobbies são caminhar e nadar. “Meu lema é aproveitar a vida. Já trabalhei demais e agora já é hora de descansar. É como a metáfora do elefante, que vive em manada. Quando um deles percebe que já deu sua hora, vai dando espaço para os mais novos, porque já concluiu a sua missão. Assim eu faço. Como dizia Santo Agostinho, no final das contas, a gente deixa o que tem e leva o que fez”, cita. As lições não param por aí, pois o professor, além dessa aula de vida, ainda surpreende ao dizer que diariamente pratica o desapego ajudando entidades filantrópicas e vive com muito pouco. “Basta o essencial, nada de exagero. A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido”, comenta.

Lembranças de menino
Rossine conta que foi um garoto muito levado e que sua mãe passava poucas e boas com ele. Aos 8 anos de idade, ele e os amigos brincavam de mocinho, polícia e ladrão no cemitério de Pádua, deixando as famílias preocupadas. Para acalmar Rossine, sua mãe decidiu colocá-lo para fazer catecismo e primeira comunhão na esperança de centrar a cabeça do menino, mas, mesmo assim, ele aprontava. “Eu pulava o muro da igreja e roubava todas as frutas dos pés das árvores. Não sobrava uma. Era carambola, manga, mamão...Tudo eu pegava, aí o padre me mandava confessar e rezar uma infinidade de Pais Nossos e Aves Marias”, recorda.
professor com alunosNão satisfeito com as peripécias que aprontava e, chateado porque como “castigo” passava o dia rezando, Rossine entrava na sacristia e comia todas as hóstias do padre não deixando nada para os fiéis. “Ao invés de ajudar na igreja, eu atrapalhava (risos). Até que chegou o dia da primeira comunhão e havia uma mesa muito bonita, cheia de doces, chocolates, tudo que mamãe tinha feito. E um amigo começou a me caçoar porque eu estava todo arrumado. Eu pulei em cima dele, sujei todos os convidados de chocolate e fiquei uma semana de castigo”, se diverte Rossine lembrando que, naquela época, o castigo das crianças se chamava “vara de goiaba”.

 

Texto Renatta Viana

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