Dizem que as grávidas são super curiosas. Perguntam, futucam, pesquisam e vão em busca de toda e qualquer informação sobre seus bebês. Elas querem mesmo é saber tudo o que se passa com a criança, e querem saber cada vez mais cedo e mais rápido. Não é de assustar que muitas gestantes já tenham conhecimento sobre o exame de sexagem fetal, que identifica osexo do bebê a partir da 8ª semana de gestação. É tão precoce que em muitos casos, a mulher acaba de descobrir que está grávida e duas ou três semanas depois já tem a certeza se terá um menino ou menina.
Com a fonoaudióloga Deise dos Santos Cândido Coelho, de 40 anos, foi exatamente assim. Ela descobriu a gravidez na 6ª semana de gestação. Quando estava na 8ª semana, fez o teste e recebeu a notícia de que seria mãe de uma garotinha, a Clara. Mas, na casa dela, a ansiedade não tomou conta da mãe e, sim, das duas filhas, Paula de 11 anos e Bruna, de 12. “Eu acabei fazendo o exame pelas meninas e não por mim. As minhas filhas ficaram muito ansiosas, elas queriam que o bebê fosse uma menina e só de pois de sair o resultado, elas relaxaram”, conta Deise. Ela se recorda do momento de alegria quando fez a revelação para as filhas. “Fizemos uma reunião no almoço e contamos. A primeira reação da Bruna foi chorar, ela chorou de emoção”. Para ela, fazer a sexagem fetal foi uma novidade. Na gravidez das duas primeiras filhas, a descoberta do sexo veio por meio do ultrassom, exame mais convencional.
Seja para fazer o enxoval do bebê, para programar festinhas como chá de fralda, chá de revelação e tantas outras relacionadas à gravidez, para escolher o nome com antecedência ou fazer reformas no quarto da criança. Motivos não faltam para desvendar o mistério do sexo bem no início da gestação. Os pais costumam adorar, afinal, a informação é muito útil para quem precisa preparar tudo para a chegada do neném.
A experiência fez Deise dar outras prioridades para as questões mais práticas ligadas ao nascimento. Enquanto nas duas primeiras gestações ela adiantou a compra do enxoval, na terceira foi diferente. As roupinhas da Clara só foram compradas no final da gravidez. “Saber que eu teria a Clara foi importante porque precisava fazer obra em casa. Com toda essa mudança, eu pude me planejar com mais tempo e me preocupei mais em fazer o quarto”, fala a fonoaudióloga.
Muito curiosa e ansiosa por natureza, a enfermeira do trabalho Mariana Mitiko Hitomi, de 29 anos, fez o teste na 8ª semana. Gestante pela primeira vez, assim que soube da gravidez, ela se programou para fazer a sexagem fetal. A expectativa era tão grande que Mariana já havia sonhado diversas vezes que estava fazendo o exame, ora recebendo a notícia de que teria uma menina e ora um menino. “Minha amiga já tinha feito esse exame e o resultado deu certinho que era um menino. Fiquei confiante e quis fazer também. Se tivesse um teste para saber o sexo do bebê antes da gravidez eu, com certeza, faria”, brinca.
Quando o tão esperado resultado chegou nas mãos da enfermeira, a primeira ação dela foi ir a uma loja de moda infantil e comprar a primeira roupinha da Yasmin. Essa foi a notícia que ela precisava receber para escolher a decoração do quarto, comprar os móveis e dar cor e forma a todos os objetos e coisinhas que farão parte da vida da filha que vai chegar.
Simples como um exame de sangue
Basta colher um pouquinho de sangue da mãe para fazer o exame de sexagem fetal. Muito simples, não exige preparo algum, nem jejum e não tem contraindicação. Rápido e fácil, a gestante sente apenas o incômodo da picadinha da agulha e pode solicitar o procedimento ao médico. A taxa de acerto é bem alta e gira em torno de 99%. O resultado sai em cerca de 5 dias úteis, em alguns laboratórios de Macaé.
Graças à descoberta médica de que existe quantidade significativa de DNA fetal no sangue da mãe — feita pelo cientista chinês Y. Dennis Lo —, o biólogo molecular brasileiro José Eduardo Levi desenvolveu um teste que identifica qual é o sexo do bebê através de análise do sangue da mãe, o exame de sexagem fetal. O teste é relativamente recente e começou a ser realizado no Brasil desde 2003.
De acordo com a bióloga do Laboratório de Análises Clínicas Bioanálise, Thais de Souza Pinho, o indicador do sexo do bebê é o cromossomo. Se a criança for do sexo feminino só pode ter o cromossomo XX e, se for masculino, XY. “Por métodos moleculares, detecta-se o cromossomo no sangue da mãe. Como a mãe é XX, se for identificado o Y é um menino, se não detectar o Y é uma menina. Isso vale para os casos de gestação de somente um bebê”, explica Thais. Já nos casos de gravidez de gêmeos, o teste não é preciso, pois apenas sinaliza se há ou não meninos. Se não houver cromossomo Y é possível afirmar que os bebês são meninas, porém, se o Y for detectado, não dá para saber o sexo das outras crianças, podendo ser menino ou menina. O procedimento é realizado apenas pela rede privada e nos laboratórios de Macaé custa entre R$ 450,00 e R$ 600,00.
Apesar de a sexagem fetal não fazer parte da rotina de pedidos de exames do pré-natal, em alguns casos, o médico pode solicitar de acordo com as necessidades da paciente e, também, para acalmar os ânimos. A ginecologista e obstetra Alessandra Lofiego, costuma indicar apenas quando a grávida está muito ansiosa. “Geralmente, a gente não oferece o exame. Se a paciente tem condições de pagar e quer muito saber o sexo, pode realizar o teste sem problema nenhum”, explica.
Para a médica, as gestantes estão ficando mais ansiosas e muitas delas já chegam no consultório sabendo da existência da sexagem fetal. “É cada vez mais raro uma grávida não querer saber o sexo do bebê. Até hoje, só tive duas pacientes que não quiseram”, fala Alessandra. Há outros tipos de procedimentos para conhecer o sexo do bebê, entre eles, o mais convencional é a ultrassonografia, geralmente realizada a partir da 12ª semana de gravidez.
Menino ou menina, que venha com saúde
Em meio a tantos pensamentos sobre como será o bebê e junto com a grande expectativa do nascimento, os pais passam por muitas descobertas. Mas nenhuma comprovação costuma
deixá-los mais tranquilos do que ver a criança nascer bem e cheia de vida. “Nem eu nem meu esposo tínhamos preferência de sexo, eu sempre quis que viesse com saúde”, fala Deise.
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