Conhecida por sua atuação à frente da Tribo dos Malês, Marilene Ibrain é considerada uma personalidade do ativismo pela igualdade e pelos direitos da pessoa em vulnerabilidade social. Porém, a luta do grupo comunitário vai além, demandando determinação na busca por mais dignidade para quem está em tratamento contra o câncer.

O empenho é reforçado por uma vitória pessoal. Aos 66 anos, Marilene foi diagnosticada com um tipo agressivo de câncer de mama em outubro de 2024. E, mesmo enfrentando medos e incertezas, uma corrente solidária a fez encontrar coragem para persistir e seguir com seu propósito de vida.

“Costumo dizer que foi Deus quem me mostrou o tumor, já que o descobri não com o autoexame, mas por acaso, quando tomava café e coloquei a mão exatamente onde ele estava. Passei por uma série de consultas e exames que exigiam urgência, mas, por não ter plano de saúde, poderia ter ficado na fila para a cirurgia. Porém, com a ajuda do meu genro e de outros familiares e amigos que se mobilizaram, em dezembro eu passei pela operação. Ouvi do médico que eu estava em uma corrida com um medalhista olímpico que ganhava todas as provas, e o venci. Chorei muito quando ouvi isso, porque sei que a minha missão não acabou”, relata Marilene, que ainda realiza sessões de radioterapia.

O propósito de Marilene tem nome: “Mulheres na Luta contra o Câncer”. Derivado da Tribo dos Malês, por meio deste projeto, mulheres mastectomizadas e que tiveram queda de cabelo decorrente do tratamento recebem a doação de sutiãs equipados com próteses e empréstimos de perucas, resgatando a sua autoestima.

“Uma ONG em Santo André-SP vendia as peças e doava as próteses, então, fui em busca de quem poderia contribuir para que isso acontecesse aqui. Muitos parceiros se interessaram pela causa e nos apoiaram, até que conseguimos inaugurar o banco de próteses, sutiãs e perucas, onde toda mulher que não tem condições de comprar, recebe esse material como doação”, conta Marilene.
A iniciativa tornou-se referência de acolhimento e, assim como aumentou a demanda, cresceu também o sonho de fazer do projeto algo maior, transformando o “Mulheres na Luta contra o Câncer” em uma ONG com recursos para produção de peças de roupas com próteses na cidade e para o apoio a quem está em tratamento sem os recursos adequados: “Seria maravilhoso se as empresas se juntassem a essa causa”, pontua Marilene.

Logo, o projeto também deve iniciar uma campanha sobre suas ações, incluindo a divulgação em materiais gráficos e nas redes sociais, além de iniciar um canal no YouTube com conteúdo para a sensibilização e conscientização sobre a importância da prevenção ao câncer.

Para quem quiser contribuir de alguma forma com a causa, favor entrar em contato pelo WhatsApp 22 99279-3964.