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Fotografias de parto eternizam a emoção do nascimento

seg, 11/05/2020 - 12:16 -- Divercidades
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Ana Amado
foto de parto

Muito mais que o registro de um momento... É um registro de sentimentos. Assim pode ser definida a fotografia de parto, uma tendência que começou em Macaé por volta de 2011, que ganhou força e está conquistando as mamães.
A fotógrafa Ana Nogueira, uma das pioneiras em fotografias de parto na cidade, revela sua satisfação em fazer este tipo de trabalho. “Esperar uma vida nascer é incrível. É um momento em que acabo virando membro da família. Além disso, eu vivi intensamente o momento do parto das minhas filhas, tenho isso muito dentro de mim e acho que é por isso que o resultado é tão bom”, salienta. Ela diz que vai fotografar já sabendo um pouco da história do casal e da gravidez, para que algumas particularidades da história da família sejam clicadas.
A profissional já viveu diferentes emoções, como o acompanhamento de um parto normal que levou sete horas de trabalho de parto e também já precisou sair correndo do cinema para ir fotografar um outro nascimento que não levou 15 minutos.Ana NogueiraCada gestação tem a sua história. O parto normal geralmente tem o momento da espera, da dor, da expectativa e o envolvimento acaba sendo maior. A cesariana é agendada, não tem a dor e é mais mecanizada, mas não menos emocionante”, reforça.
O parto do segundo filho da bailarina e atriz Érica Mendes da Fonseca ficou na memória, pois além de cliente, elas ainda são amigas. “Ana já conhecia toda a família, fez todas as fotos das minhas gestações, o mês a mês do meu primeiro filho Thor (6 anos), mas não consegui autorização para ela fazer as fotos do parto. Já no parto do Gael (3 anos), nós conseguimos a autorização e foi lindo, só tenho boas memórias do centro cirúrgico”, relembra.
Érica conta que nunca ficou com medo das fotos ficarem vulgares, pelo contrário, reforça que o olhar da fotógrafa é o diferencial. “A qualidade e a forma de registrar o parto são muito diferentes. Falo isso, porque meu marido fotografou o parto do Thor e, quando colocamos uma foto feita por ele e outra feita pela Ana, vemos a diferença. Ela conseguiu pegar o bebê saindo e depois a médica desenrolando o cordão umbilical, mas de uma forma artística”, 
revela.

Foto Ana Nogueira

Para Ana, uma foto marcou o registro do parto da amiga, foi o momento em que a médica deu a mão para a Érica e o registro foi feito com o escapulário ao fundo. “Essa foto registra a relação de confiança entre a médica e a paciente antes do parto, um momento de passar boas energias, força e pensamentos positivos”, diz a fotógrafa.
A bailarina revela que costuma mostrar as fotos para os filhos, contar como foi que eles saíram de dentro da barriga e também como eles foram amados e esperados. “A gente senta com as fotos e vou contando igual um livro de histórias, contextualizando cada momento. Eles adoram e eu e meu marido revivemos cada emoção do parto ao ver os registros. Acho que a fotografia de parto não é um gasto supérfluo, pois você eterniza o sentimento”, afirma. 
Em Macaé, a ginecologista e obstetra Alessandra Lofiego, médica da Érica, foi uma das primeiras a autorizar a fotografia de parto na cidade e, hoje, já indica para suas pacientes. “Os maridos sempre fotografaram e filmaram os partos, por que não deixar o fotógrafo? O profissional é mais cuidadoso e as fotos possuem qualidade. É melhor para a equipe, para o hospital e para a família”, destaca.
A fotógrafa Ana Amado é recordista neste tipo de registro em Macaé, já ultrapassou 100 nascimentos fotografados e possui três fotos de parto premiadas internacionalmente.Ana AmadoEste trabalho é documental. Entrego a hora do nascimento, o peso do bebê, a despedida da barriga com familiares, a entrada do pai no centro cirúrgico, o carinho do casal, além da emoção do momento: as lágrimas, o encontro do bebê com a mãe, com o pai e com os avós. Tento sempre fazer uma foto artística”, explica.
Ela conta que os partos na cidade são realizados em centros cirúrgicos, locais que não foram preparados para fotografia, por isso são apertados, escuros e ela não pode usar flash, nem atrapalhar a equipe médica. “A fotografia não tem direção, não tem manipulação, é realmente o que acontece na hora. É um desafio, pois não posso ficar trocando de lente, o local tem variação de luz, tem muito fio e a equipe médica se movimenta bastante. É preciso ter agilidade para transitar de forma rápida e tranquila, sem atrapalhar ou ser um problema para os médicos. Também é fundamental não interferir no momento da família”, salienta. 
As fotografias de parto já renderam várias histórias para Ana Amado. “Eu não fotografo eventos, pois os partos não têm hora para acontecer. Mas teve uma vez que uma amiga pediu muito para eu fotografar o chá de bebê dela e expliquei que poderia acontecer de ser chamada e ter que sair correndo. Mesmo assim ela pediu e eu fui fotografar o chá de bebê. Não deu outra, no meio do evento, fui chamada para o hospital e saí correndo. A minha sorte foi que o bebê nasceu muito rápido, em 30 minutos. Eu terminei as fotos do parto e voltei para fotografar o restante do chá de bebê. Depois desse dia, não pego mais nenhum evento, nem de amigos”, conta. Ela disse que também já tomou inúmeras multas de radar devido à pressa na hora de ir para o hospital.fotografia de parto
A médica Nina Pimentel do Patrocínio ganhou da sua tia, e também sua obstetra, a fotografia dos gêmeos Nicolas e Noah, e se surpreendeu com o resultado. “Minha tia queria as fotos para decorar o consultório e acabou que fomos presenteados. Meu parto foi muito especial, pois além da minha tia ser a minha obstetra, minha mãe é pediatra e estava no centro cirúrgico. Além disso, tive os meus filhos no hospital que eu trabalho, então todas as pessoas presentes estavam em harmonia. A Ana Amado entrou no clima da família e conseguiu captar toda a emoção, as lágrimas, a felicidade, os momentos vividos ali. São as melhores fotos que eu já vi”, destaca.
Nina disse que, além dos gêmeos recém-nascidos, tem um filho de 2 anos e que se soubesse da fotografia de parto anteriormente, com certeza teria contratado para o primogênito. “Eu fiz o ensaio de gestante e o newborn dos meus filhos mas, com certeza, a mais especial, a mais natural e a mais emocionante é a fotografia de parto. Se alguém me perguntar qual eu indico, com certeza é a fotografia de parto”, frisa.

Dra Alessandra Lofiego
Dra. Alessandra Lofiego disse que a fotografia de parto também é especial para os médicos. “A fotógrafa também registra o obstetra. Posso ver a minha reação em vários momentos, como o olhar em que eu transfiro amor para a grávida, a preparação - como a foto em que estou de mãos dadas rezando com a Érica, a hora de erguer o bebê, de sorrir no momento de uma chegada. O nascimento é muito rápido, são frações de segundos e ver todo esse momento é muito lindo”, salienta.
Sobre os processos burocráticos para contratar a fotografia de parto, Dra. Alessandra disse que a liberação depende mais do hospital do que do obstetra e acredita que em Macaé quase todos os médicos já autorizam o registro por profissionais. “Já tive casos que a família trocou de hospital depois que foi negada a autorização para a entrada da fotógrafa no centro cirúrgico, mas acredito que, aos poucos, todos vão liberar”, finaliza.

 

Texto Tatiana Campolina

Edição nº 49/ Abril 2019

Revista Digital

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