Notícias e Variedades de Macaé
Início » Vida » Comportamento » Manhêêêêêê, eu quero ser Influencer...

Manhêêêêêê, eu quero ser Influencer...

ter, 17/03/2020 - 15:48 -- Leila Pinho
Categoria: 
Créditos: 
Alle Tavares
meninas

Se até bem pouco tempo era improvável ouvir uma criança dizer que quer ser influencer digital, agora é normal. Os chamados nativos digitais da geração alpha (nascidos a partir de 2010) consomem conteúdo pelo Youtube, redes sociais e seus ídolos estão nessas plataformas. Nada mais natural que eles sonhem com isso. Mas, e os pais? O que fazem quando os filhos manifestam o desejo de se tornar um influenciador?

Catharina Bersot
A digital influencer Catharina Bersot, que é uma inspiração para muitos influenciadores mirins, percebe o aumento de interesse das crianças pela atividade de influenciar na internet, indica aos pais para ficarem de olho na atividade dos filhos, nas redes sociais. “Tem que monitorar tudo. Marcar em cima. Tem muita gente ruim que não tem responsabilidade do que posta”, aconselha. Na opinião dela, a percepção das pessoas sobre o trabalho de influenciador digital está mudando. “Muitas pessoas viam, e muitas ainda veem, a internet como uma brincadeira. Quando elas começam a entender que isso é um trabalho e dá para se sustentar com o valor dos serviços, tudo muda. As pessoas te olham de outra forma e passam a te admirar”, diz a influencer.

Com a Ana Clara Almeida, de 8 anos, a atividade de influencer foi surgindo aos poucos. Ela começou participando de um evento, em 2017, onde foi apresentada como blogueirinha. E, a partir daí, a menina começou a ganhar mais seguidores no Instagram. A mãe dela, Francinne Almeida, de 24 anos, acompanha tudo. Concilia os estudos dela com o trabalho, administra os compromissos da filha e monitora todos os contatos feitos através das redes sociais. Francinne conta que essa atividade surgiu em um momento da vida dela e da filha que acabou desempenhando um importante papel de socialização. A família de Francinne veio de Juiz de Fora e não conhecia ninguém em Macaé. A mãe desenvolveu depressão e Ana também teve impactos na saúde emocional. Com a atividade de influencer, a menina teve a oportunidade de conhecer mais pessoas e se socializar.
Ana Clara

A Ana tem mais de 4.000 seguidores no Instagram (@anaclaraalmeidablog) e também um canal no Youtube (Ana Clara Almeida Blog). “Eu amo. Adoro tirar fotos e, quando acaba, ainda quero fazer mais”, fala Ana. Na rotina da influenciadora, a mãe organiza horário pra tudo. De manhã, a garota estuda, depois do almoço faz os deveres e os compromissos de trabalho ficam pra tarde. Às vezes, tem sessão de fotos, às vezes algum desfile e, quando Ana quer, tem gravação de vídeo, seja um stories pra divulgar produtos de parceiros ou vídeo em casa pra falar do que ela quiser: como slime, por exemplo. Francinne pontua que deixa Ana ser influenciadora porque sabe que a filha gosta. “Eu respeito a vontade dela. Se quer gravar vídeo grava, se não quer não grava. Eu sempre falei com ela que vamos continuar até o momento que for confortável pra ela”, fala a mãe.
O que começou de forma despretensiosa, hoje ganhou mais profissionalização. Francinne relata que pesquisou como os influencers cobram pelos serviços e hoje já trabalha com mídia kit (uma apresentação do trabalho da influencer que mostra seu perfil, o nicho de atuação e dados). “Antes (em 2017), era só permuta. Mas aí vimos que os parceiros conseguiam fazer vendas por conta do trabalho da Aninha e aí começamos a receber dinheiro (2018). De lá pra cá, tivemos 40 parcerias”, fala Francinne.

Já para a influenciadora mirim Esther Taveira Medeiros, de 6 anos, a história começou nas passarelas. Com 4 anos, ela já tinha participado do Miss Baby Macaé, em  2016, ficando em 3º lugar no concurso. Depois disso, várias lojas convidaram a menina para desfilar e ela também participou de outros concursos de beleza. “Então, as menininhas perguntavam como ela começou a desfilar e queriam saber de onde era o look dela. Foi aí que despertou esse interesse”, conta a mãe de Esther, Alana Taveira, de 37 anos. No ano passado, Esther disputou o concurso de beleza local novamente e foi eleita Miss Baby Macaé 2018.

Esther Taveira
Eu amo desfilar porque eu me divirto. Eu me sinto bem, como se eu fosse uma princesa”, fala a pequena influencer. A mãe conta que, antes mesmo de se tornar influenciadora, a menina brincava de se filmar com o celular e adorava fazer poses para fotos.
A mãe administra a rotina de Esther e não deixa as atividades de influencer atrapalhar nos estudos e no balé. A menina participa de desfiles, eventos e faz fotos pra divulgar looks de parceiros. “É como se ela estivesse brincando. Quando ela experimenta roupas de princesa, ela acha que aquilo é uma brincadeira”, fala a mãe. Atualmente, Esther conta com mais de 5.900 seguidores no Instagram. “Tem a parte do compromisso. Tem hora de gravar, tem hora de experimentar roupa. Mas ela é criança. Às vezes, fala que não quer e eu não insisto”, diz Alana.

 

Os meninos também influenciam
Nem só de moda vive um influencer. Apaixonado por games, o  pequeno Teo Berti, de 9 anos, tem um canal no Youtube, o Teo Berti (TvTa), que usa para dar dicas de como passar de fases e muitas outras coisas do universo dos jogos e também da vida dele. Ele começou a gravar vídeos em 2017, incentivado pelo pai. “O pai dele (Kleber Berti) é programador e também joga. Lá em casa, tem guerra de controles porque os dois gostam muito de games. Então, o pai falou pra eles criarem o canal”, conta a mãe de Teo, a empreendedora Marcia Brito, de 45 anos.

Teo
Eu assistia muitos vídeos. Daí, comecei a gostar e fiquei imaginando que seria legal ter uma canal pra mostrar isso pras pessoas”, conta Teo. Com a ajuda do pai, Teo grava vídeos que mostram os macetes que usa e os caminhos mais curtos pra passar de fases. “A minha maior conquista no canal foi zerar uma fase do Cuphead em 6 minutos. Tenho um vídeo que mostra isso. É muito legal mostrar pras pessoas e dar dicas para elas jogarem melhor. Mas, o mais legal é jogar, é muito divertido”, fala o garoto. Teo quer se divertir e usa o canal pra falar do que gosta e explorar suas habilidades, sem grandes pretensões com relação à audiência.
A mãe dele observa o envolvimento do garoto com os vídeos, sob uma perspectiva de aprendizagem. “A gente pensa nisso como um fator pra ele se desenvolver. Vejo que o raciocínio dele é rápido, que ele não tem vergonha de falar, ele gosta de se relacionar com as pessoas e isso é um grande ganho de relacionamento que ele tem”, pontua Marcia. Ela conta que Teo já fez curso de programação de jogos e, agora, está aprendendo com o pai a editar vídeos.
Os pais deixam o menino à vontade para gravar quando quiser e o estimulam a fazer várias outras atividades, mantendo uma rotina normal para uma criança dessa idade. Teo estuda, pratica esportes e costuma gravar só aos sábados e domingos. “Ele não tem nenhuma obrigação nisso. O que a gente quer é que ele se divirta”, fala Marcia.

 

Texto Leila Pinho
 

Comentar

Seu comentário será liberado pelo administrador. Informe-se sobre as regras de moderação de comentários no Termo de uso.
CAPTCHA
Resolva a soma abaixo por questões de segurança
19 + 0 =
Solve this simple math problem and enter the result. E.g. for 1+3, enter 4.

Marca da Agência Logomotiva - Presença Digital - Agência desenvolvedora e mantenedora