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Consumo na medida

seg, 04/05/2020 - 11:14 -- Leila Pinho
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Créditos: 
Alle Tavares
Alessandra e Tamara

Você já refletiu sobre os efeitos que os seus hábitos cotidianos geram no planeta? Quantos litros de água foram usados para confeccionar o seu jeans? Já imaginou que uma das embalagens que você jogou fora no lixo pode ter contribuído para a morte de um animal? Nossa! Quanto impacto uma simples ação pode gerar! O ritmo acelerado da vida urbana costuma não dar espaço para essas reflexões, mas, há um bom tempo, a conta já está chegando para toda a humanidade.

E se você mudasse o seu comportamento?

Sumara
Com a especialista em educação à distância, Sumara Katruch, de 36 anos, a sensibilização aconteceu quando o João nasceu, há 3 anos. Ela começou a se questionar sobre  o futuro do filho e das próximas gerações e iniciou uma mudança pela comida. Começou a valorizar os alimentos orgânicos, com plantações limpas que não degradam a natureza e oferecem condições dignas de trabalho. Daí em diante, ampliou sua forma de ver o mundo, em favor da preservação da vida. Sumara despertou para o consumo consciente e hoje vive essa transformação, diariamente. “É uma questão de treino, eu treino para ser uma consumidora consciente. Porque esse é um processo de reeducação”, fala.
sabãoAs escolhas dela demonstram um pouco sobre essa consciência. Na hora de comprar, Sumara considera vários fatores que envolvem o ciclo de vida de um produto, desde a extração da matéria-prima até o descarte. “Se esse ciclo preserva a vida, então pra mim, está ok. Quando você entende esse ciclo, passa a entender o impacto que isso tem na vida”, reflete.
Como alternativa, Sumara mudou diversos hábitos de vida para minimizar os efeitos ambientais. Ela mesma faz vários produtos de limpeza para lavar roupas e desinfetantes, que são mais ecológicos, dá preferência a roupas feitas a partir de processos orgânicos, entre outras coisas. “Passei a entender que o processo é simples, no estilo faça você mesmo”, fala Sumara.

Há alguns anos, a nutricionista Alessandra Pravidino, de 35 anos, está mais atenta aos impactos que suas atitudes geram. Ela também começou a mudança pela alimentação. “Quando engravidei da minha primeira filha, a Manu, comecei a consumir mais alimentos orgânicos. Vejo que tudo é uma questão de escolha. Dou mais valor para a alimentação do que para roupa de marca. É um investimento alimentar, é um investimento em saúde”, conta.
Alessandra ParavidinoE o comportamento mais consciente expandiu para outras coisas. Antes, ela tinha um pouco de preconceito sobre roupas vendidas em bazares. Isso ficou no passado. “Ao comprar no brechó, reaproveito uma peça que já foi feita. Eu entendo essa atitude como reutilização de um produto. Mas compro de acordo com a minha necessidade, sem exagero”, pontua Alessandra. O processo de produção do mercado da moda é questionado pela nutricionista.
Há roupas de marca que têm envolvimento com o trabalho escravo e, hoje, existe até aplicativo onde você pode consultar isso”, ressalta.
Para Alessandra, o consumo consciente está intimamente relacionado com o bem-estar. “Eu me sinto bem em saber que estou contribuindo com o mundo e quero dar bons exemplos para as minhas filhas”, fala.

A assistente social Renata Cascão Rodrigues Cortez, de 37 anos, tem o costume de se perguntar sobre a real necessidade de comprar algo. E quando compra, procura se desfazer de outra coisa. “Busco opções mais sustentáveis. É uma evolução todo dia, um repensar as coisas. Procuro diminuir o consumo, mas se quero muito, não vou me privar. Mas existe um equilíbrio”, comenta.
RenataPor ter alergia a absorvente íntimo, Renata fez uma troca que foi mais amigável à saúde dela e à do meio ambiente. Ela conheceu o coletor menstrual (um tipo de absorvente feito de silicone introduzido na vagina) que é reutilizável e passou a usá-lo em substituição aos absorventes descartáveis. “Tem gente que acha nojento, mas isso são paradigmas que a pessoa vai quebrando. O coletor me atende bem e pra mim foi um autoconhecimento grande, porque com isso eu aprendi mais sobre o meu corpo, a minha anatomia. Isso pra mim é importante. Eu também pensei na questão ambiental”, comenta. Quando usava os absorventes mais comuns, ela gastava, em média, 10 por ciclo menstrual. Com a mudança, ela deixou de jogar no lixo cerca de 130 absorventes, por ano. Às vezes, ela utiliza o absorvente de pano, que também é reutilizável.
O interesse dela por produtos com métodos mais naturais não parou por aí. A assistente social fez um curso para aprender a fazer cosméticos naturais e hoje usa várias coisas que ela mesma produz, como: desodorante (leva leite de magnésio, água e gotas de óleo essencial), sérum facial e sérum capilar. “Eu faço porque é fácil, barato e bom pro meio ambiente. Mas, as pessoas que não gostam de fazer, podem comprar. Hoje, existem vários sites com produtos ecológicos!", opina.

 

A consciência como construção coletiva

Em Macaé, dois grupos voluntários apoiam, estimulam e difundem informações sobre o consumo consciente: o Coletivo Macaense de Consumo Solidário (CoMaConSol) e o Mãe Orgânica.
O CoMaConSol surgiu em 2015, com a proposta de desenvolver a economia solidária na cidade. As primeiras ações começaram em torno da agricultura agroecológica.  O grupo já promoveu feiras, debates, oficinas no estilo faça você mesmo, entre outras coisas.
Crianças brincandoIdealizado pela Sumara Katruch, o Mãe Orgânica também começou em 2015, muito ligado à questão da alimentação orgânica. Formado por 20 mães, o grupo, atualmente, alcançou outra dimensão e está voltado para discutir e praticar ações em defesa da vida, com um olhar especial para as questões ambientais. “As mulheres são mais sensíveis para fazer a transformação. No Mãe Orgânica, elas são multiplicadoras, apoiadoras e incentivadoras”, diz Sumara.
As mulheres fazem encontros periódicos e já realizaram plantio de árvores, oficinas, incentivo às feiras agroecológicas, rodas de conversas e apoios a projetos que tem propósito similar.
Interessados em mais informações podem acessar o Facebook 
Coletivo Macaense de Consumo Solidário e, sobre o Mãe Orgânica, é só pesquisar no Instagram Mãe Orgânica e Mãe Orgânica BR no Facebook.

 

Texto Leila Pinho

Edição nº 47/ setembro 2018

Revista Digital

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