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Parque Atalaia: um tanto de verde, pertinho da cidade

qui, 26/04/2018 - 14:18 -- Leila Pinho
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Foto: Ana Chaffin
parque atalaia macaé

Ao chegar perto da sede do Parque Natural Municipal Atalaia, em Córrego do Ouro, o ar puro toma conta dos pulmões e logo dá pra sentir o frescor do clima, aquele cheirinho de terra molhada e até ouvir o barulho de alguns bichos, como passarinhos e o grito característico do macaco bugio. Nem parece que o local fica a apenas 30 minutos do Centro de Macaé, a 27 km.  A imensa área verde do parque público (são 235 hectares de mata fechada) traz aos visitantes uma sensação de liberdade, de conexão com a natureza e de inúmeras possibilidades de lazer.

Foto: Alle Tavares

biólogos do parque municipal atalaiaQuem recebeu a nossa equipe de reportagem pra mostrar um pouco de tudo que o Parque Atalaia tem de melhor pra oferecer, também faz desse lugar, um encanto só. Os biólogos Alexandre Bezerra (gestor do parque) e Elizângela Sossai acolhem os visitantes com muita atenção, compartilhando informações sobre o lugar e fazendo da visita uma experiência agradável e instigante.

É Elizângela que começa explicando que o parque tem uma importância histórica para o município de Macaé. “Na Fazenda Atalaia (antiga área que deu nome ao parque) existiu o primeiro manancial de abastecimento de Macaé. Em 1895, a prefeitura comprou a área para garantir o abastecimento da cidade. Parte da tubulação, que veio da Inglaterra, ainda está no parque”, conta a bióloga. E, Alexandre contextualiza a relevância do lugar. “Do total da área do parque, 75% é de mata fechada. Essa é uma das poucas reservas de Mata Atlântica, no Estado, que ainda está preservada. E o Atalaia é o maior parque natural municipal da região”, ressalta.

Isso faz do parque um local cheio de possibilidades para os pesquisadores. Uma pesquisa que chama a atenção é um projeto de pesquisa dos alunos da Engenharia Civil, da UFRJ-Campus Macaé. Conforme relata Alexandre, os estudantes estão fazendo um mapeamento das trilhas do Pparque que, provavelmente, vai se tornar um aplicativo para ajudar pessoas que queiram explorar o local a pé.

 

Foto: Ro Calegarii

família piquenique no parque atalaia em macaéTão grande quanto sua extensão de terras são as atrações de lazer e entretenimento do Parque Atalaia. Gente de todas as idades visita o local para caminhar, fazer trilhas, pedalar, acampar, fazer pesquisas, praticar slackline, observar aves, fazer pequenique, tirar fotos da natureza, promover encontros de grupos, fazer aniversários e até casamentos. Ufa! É muita coisa pra fazer.

A engenheira de produção Flávia Santos Nogueira Mariano, de 34 anos, comemorou o aniversário de 2 anos do filho João, no parque, no ano passado. Ela gosta bastante do contato com a natureza e quis oferecer isso ao filho.  “Sempre que posso faço algo ao ar livre. Fazer um pequenique num salão de festa não combina muito, então escolhi o parque. O João gostou demais e as crianças se divertiram muito. Meu filho até se banhou numa piscina natural do Atalaia”, lembra Flávia.  Ela relata ter ficado ainda mais feliz por saber que alguns dos convidados da festa conheceram o parque, naquela ocasião, pela primeira vez.

 

Foto: arquivo 95º Grupo Escoteiro

jovens escoteiros no parque atalaiaTambém em 2017, cerca de 100 jovens do 95º Grupo Escoteiro José Passos de Souza Jr. acamparam no parque. Segundo a diretora administrativa do grupo, Maria Ângela Antunes Magalhães Viana, o acampamento durou dois dias e teve várias atividades com enfoque ambiental. “Já é a terceira vez que acampamos no parque, somos muito bem recebidos. O Alexandre (gestor do parque) nos acompanhou nas trilhas e foi mostrando as flores, plantas e animais. Ele tem um olhar muito legal, fala de forma que vai conscientizando os jovens. Nós adoramos tudo porque juntamos o lazer com a conscientização ambiental”, pontua Maria Ângela.

Em 2016, o parque foi visitado por mais de 5 mil pessoas e, em 2017, recebeu quase 4 mil visitantes. A queda na visitação se deu porque o parque ficou fechado, depois da primeira morte confirmada por febre amarela, em Casimiro de Abreu. Além disso, macacos foram encontrados mortos no parque e houve confirmação da causa por febre amarela. Como medida de precaução, qualquer visitante do parque precisa estar vacinado contra febre amarela.

De acordo com Alexandre, desde meados de 2017 até janeiro de 2018, não se ouvia mais o barulho dos macacos bugios (espécie que foi encontrada morta por febre amarela). Mas, em fevereiro de 2018, os barulhos dos macacos voltaram a ser ouvidos, da área do parque.

Dicas para visitação do parque

Foto: Ana Chaffin

parque atalaia em macaéO ideal é separar uma boa parte do dia para conhecer o parque, no período da manhã ou à tarde. Leve na mochila lanches, bebidas para se hidratar, protetor solar e repelente. Lembre-se que o local é cercado por mata fechada e há muitos mosquitos. Logo na entrada do parque, uma mensagem adverte que só podem entrar pessoas que forem vacinadas contra a febre amarela. As roupas devem ser bem confortáveis e os tênis são a melhor pedida. O horário de funcionamento do Parque Atalaia é de quarta-feira a domingo, das 9h às 16h. Para quem vai ao parque com poucas pessoas, basta só comparecer, já para quem reúne grupos acima de 15 pessoas é necessário fazer o agendamento da visita.

Estrutura do Parque

 

Embora a área seja muito bonita, a estrutura física onde ficam as construções do parque precisa de uma reforma. O parque foi inaugurado em 2006 e, desde então, nunca passou por reformas mais amplas, apenas por reparos emergenciais, segundo informa o gestor do parque. A sinalização viária indicando a localização do parque também precisa ser melhorada. No trevo de Macaé, na BR 101, há uma placa indicando a direção para o parque, porém na RJ-168 as placas são insuficientes.

Segundo o secretário municipal de Ambiente e Sustentabilidade, Gerson Martins, está em andamento uma licitação para reforma do Parque Atalaia. “A ideia é fazer reparos no telhado, pintura nos prédios e reformar toda a parte elétrica”, explica. 

Cachoeira da Fortuna, um paraíso perto do parque

Foto: Alle Tavares

cachoeira da fortuna em macaéPróximo ao Parque Atalaia, há uma queda d’água de mais de 100 metros de altura, chamada Cachoeira da Fortuna. Um dos acessos à cachoeira é saindo da sede do Parque Atalaia, pegando uma trilha de 7km, com cerca de 3h30 de duração. A parte mais difícil da trilha é quando se aproxima da queda d’água, com trecho bem íngreme. Do alto, a Cachoeira da Fortuna é deslumbrante e todo o esforço é recompensado com a vista maravilhosa do espelho d’água e da sua imensa área verde, uma piscina natural de borda infinita, chamada de “Janela da Fortuna”.

Foi na trilha dessa cachoeira que uma mulher morreu em setembro do ano passado, depois de escorregar ao tentar tirar uma selfie, segundo informações do Corpo de Bombeiros, na época. O gestor do Parque Atalaia alerta que ninguém deve ir à Cachoeira da Fortuna sem a orientação e acompanhamento de um guia, pois é perigoso.

De acordo com Alexandre, há uma intenção de que a Cachoeira da Fortuna passe a integrar a área do Parque Atalaia. “Precisamos de um estudo científico provando que aquele local tem áreas de nascente do Córrego do Ouro, que ali há matas ciliares importantíssimas, que os recursos hídricos, de vegetação, de fauna, que tudo é muito importante lá. Só com esse estudo teremos embasamento pra solicitar aos órgãos ambientais para a Cachoeira da Fortuna passe a integrar a área do Parque Atalaia”, finaliza.
 

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