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CIDADE GASTRONOMIA MACAÉ DE MUITOS SABORES!

seg, 12/08/2024 - 10:55 -- Divercidades
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Texto Juliana Carvalho - Foto Gianini Coelho

Da culinária de rua à comida de boteco, passando pela gastronomia clássica com toque autoral, o que não falta em Macaé são opções para agradar ao paladar. A referência da cidade como possível centro gastronômico no estado tem despertado ações que passam desde a realização de eventos específicos do setor ao aprimoramento do serviço com investimentos em instalações atrativas e qualificação da mão de obra.

Pioneirismo que levou à transformação

O olhar visionário de Renato Nicoli fez com que o restaurante Durval despontasse entre os queridinhos não só do público local. “Me doía muito, lá no começo, ouvir que em Macaé não se tinha um lugar bom para comer e que era preciso ir às cidades vizinhas para isso. Fomos atrás de conhecimento, treinamento e capacitação para a equipe, além de melhorias na infraestrutura, arquitetura e instalações”, afirma ele, que está há 32 anos no Durval e deu sequência ao negócio criado pelos tios Irma e Durval, que dá nome ao restaurante.
Renato também é responsável pelo bar São João, cujo nome foi escolhido como forma de homenagear a cidade, que foi chamada de Vila São João de Macahé, e demonstrar sua paixão pela cidade que o acolheu. Ele é, ainda, um dos fundadores e atual presidente do Polo Gastronômico de Macaé, associação de estabelecimentos ligados à alimentação que conta com 26 associados.
Eu vejo o Polo como a grande referência. Essa união de empresários foi importantíssima, que começou timidamente em 2006, mas ganhou força a partir de 2011 com a parceria com o Sebrae que abraçou o projeto. Aí, começamos as oficinas, a entender o processo e a criar um entrosamento que antes não existia e ver que juntos teríamos mais força”, conta, informando que o movimento acaba reverberando muito além dos associados, impactando todo o segmento gastronômico e afins.

Polo Gastronômico e novos olhares para o mercado

A diretora de marketing do Polo Gastronômico, Kelly Paiva, aponta que a associação tem sido um grande divisor de águas para a cidade. “Não basta apenas termos uma gastronomia boa e uma rede hoteleira maravilhosa sem ter uma estrutura adequada para receber quem visita a cidade. Por isso, a ideia é que o Polo agregue outros setores da economia para o nosso meio, como o artesanato, o pequeno produtor, empresas de outros segmentos, para que, juntos, a gente consiga fazer isso funcionar e tornar a cidade cada vez mais atrativa”, adianta Kelly, que é empresária da Mirabolando Confeitaria e que trouxe da bagagem à frente do seu negócio, um novo olhar também para a comunicação digital do Polo.

Diversidade que contribuiu para a gastronomia local

O macaense Renato Lucas Martins, chef e proprietário do Ilhote Sul, tem mais de 30 anos dedicados à gastronomia e fala com propriedade sobre a transformação da gastronomia macaense. A vocação pesqueira da cidade, segundo Renato, foi crucial para a formação da raiz gastronômica de Macaé, que tem um forte apelo para os frutos do mar.
Nosso entreposto e Mercado de Peixes têm um protagonismo que é ressaltado por quem chega aqui e vê tamanha qualidade, organização e variedade do nosso pescado. A sardinha, por exemplo, era algo que tínhamos em abundância e ainda hoje tem espaço em nosso cardápio. A cidade também tem um significativo peso na produção rural, propiciando um vasto celeiro da cadeia produtora local, principalmente, na região serrana. Macaé soube aproveitar essa riqueza, expandir e aprimorar os sabores, saindo de uma gastronomia simples para uma culinária heterogênea”, avalia.

Sabor que ultrapassou as fronteiras

Calebito, empresa macaense que se transformou em um fenômeno no universo do sorvete artesanal. Em cinco anos, a marca ultrapassou as fronteiras locais e hoje está presente em outras oito cidades: Campos, Rio das Ostras, Búzios, Cabo Frio, Friburgo, Niterói, além de Vila Velha e Vitória, no Espírito Santo. E, ainda este ano, a previsão é de inaugurar pelo menos mais cinco lojas, sendo duas próprias em Macaé, e três franquias, na Região dos Lagos e no Rio de Janeiro.
Foi e tem sido desafiador furar a bolha do movimento inverso, de fazer com que algo do interior ganhe protagonismo. Nosso modelo de negócio foi formatado por nós e muitos diziam que o fato de fazermos a base do sorvete de maneira artesanal seria um impeditivo para escalonar, mas não foi. Felizmente, conseguimos manter o nosso padrão e os franqueados conseguem oferecer o produto com a mesma qualidade, seguindo todos os nossos critérios e orientações”, detalha o casal Patrícia Luze e Felipe Ribeiro, criadores da marca que tem Patrícia como chef e criadora de mais de 50 sabores autorais.Grupo Estação: crescimento reflete potencial da cidade

O Grupo Estação (Estação da Moqueca, Estação da Praia, Estação do Pastel – Cavaleiros e Miramar – , Trattoria do Nutte, Benedito e 972) é um dos maiores no estado no ramo da alimentação. Os irmãos André Alcino, Poliana Neves e Cristhóvão Neves são os responsáveis pela gestão das casas, tendo cada um uma atuação específica. “Encontramos na diversificação uma forma de fortalecer o grupo, além de estarmos em constante transformação e melhorias para sempre oferecer o melhor para o público”, define.
Como ex-presidente e atual vice-presidente do Polo Gastronômico, André reitera a força que a gastronomia tem na economia da cidade e como instrumento de atração turística. André esteve à frente da instituição quando esta passou pela transformação, deixando de ser Polo dos Cavaleiros para ser de Macaé, ganhando maior expressividade. “Precisamos trabalhar muito para virar uma referência para o turismo, e é exatamente nisso que a gente acredita e é para isso que o Polo tem solidificado suas ações”, pontua.

Polo Cervejeiro: novos caminhos para o crescimento

Cláudio Coelho Ramos é dono do HopGarden, Pub com 16 torneiras de cerveja abastecidas, em sua maioria, com produção local e própria, dentre elas a Macaípa e Aparecida, já consagradas na cidade. Ele conta que o Polo Cervejeiro de Macaé, criado este ano, possui a participação de outros seis associados: Cara de Onça; Show de Bola; Coronel Pafo; Cervejaria Cavaleiros; Ladkza e Hinterhof.
Vimos a necessidade de unirmos esforços para fomentar a cultura cervejeira na cidade e, com o apoio do Sebrae, estruturamos nosso estatuto e regimento interno, o que também nos dá condições para ações mais assertivas com os órgãos públicos”, conta Cláudio, informando que no dia 3 de agosto, o Polo já realiza seu primeiro evento, o Ipa Day.

Festas Populares atraem e resgatam a tradição

As Festas de São João, São Pedro — abraçada pela Colônia dos Pescadores — , Santo Antônio, além das temáticas na região serrana, como as festas do Milho, em Bicuda Pequena e do Aipim, em Serra da Cruz, fazem parte do berço histórico da cidade e mostram que a cultura popular de Macaé não se perdeu, apesar das transformações e do crescimento.
À frente da Paróquia de Santo Antônio, padre Gleison Lima fala sobre a importância dessas manifestações culturais. “Elas trazem uma identidade das comunidades e das nossas origens, ao mesmo tempo que reforçam a diversidade cultural em sua gastronomia com comidas típicas, além do ambiente propício à manifestação da religiosidade. Festa, como a de Santo Antônio, é um evento que, ao mesmo tempo, tem ‘cara de bairro’ e ultrapassa seus limites, atraindo pela organização, variedade de comidas, preço acessível, ambiente familiar e de encontro entre amigos”, reforça.
De olho no potencial turístico

Macaé é dona do segundo maior número de leitos de hospedagem do estado, perdendo apenas para a capital. O potencial de turismo de lazer da cidade tem sido alvo de atenção também de ações do poder público.
Estamos criando uma cultura e tradição no estado, em um investimento que retorna para a própria cidade por meio de toda uma cadeia de serviços que é beneficiada, desde a rede hoteleira, à gastronomia, passando pelo comércio informal que também inclui o artesanato e, com isso, os resultados têm vindo. Somos, desde 2017, categoria A no ranking nacional de turismo e estamos aprimorando as ações a fim de qualificar cada vez mais o atendimento do setor, potencializando o turismo de lazer, frente ao turismo de negócios”, reforça o secretário municipal de Turismo, Leonardo Anderson.

Presidente da Federação de Convention Bureau do Estado do Rio de Janeiro, Guilherme Abreu ressalta que Macaé vem despontando no cenário estadual pela qualidade dos seus eventos gastronômicos.
Macaé não perde em nada em relação a eventos de outras do interior do estado. Vemos claramente que isso não cabe mais ficar apenas para a cidade, por isso, atuamos com Convention local criando estratégias e ações que elevem essa projeção”, destaca.

Todo mundo de olho aqui!

Com mais de 25 anos de atuação na área de comunicação e em estratégias de negócios e com vasta experiência atendendo o setor, Julio Marinho analisa a posição de Macaé frente ao mercado gastronômico nacional.
Fato é que expoentes locais chamaram a atenção e, com isso, tivemos o movimento das maiores marcas do país, grandes investidores, CEOs de empresas do segmento e chefs de cozinha que se deslocaram até Macaé para observar, conhecer e entender  ‘o que estava acontecendo’. E, ao fazer isso, o que foi visto aqui impressionou e foi muito elogiado. Mas o que acontece é que, em muitos casos, há o que chamo de ‘síndrome do vira-lata’, porque mesmo fazendo coisas grandes, localmente, os próprios empresários, gestores do negócio, o poder público, enfim, vários atores não reconhecem tamanha grandiosidade dos próprios feitos, achando sempre que a grama do vizinho é mais verde”, aponta.

Espaços vazios serão ocupados, por quem?

Quando essa oportunidade não é aproveitada, com a criação de um planejamento, desdobramentos em série, como, por exemplo, com a rede hoteleira, com a sistematização de um receptivo de turismo para integração da serra ao mar, entre outros, cria-se um vazio que não passa despercebido pelo mercado, com a chance de que seja preenchido por grandes investidores que têm interesse apenas em ganhar dinheiro, sem criar qualquer tipo de vínculo com a cidade, com a sua história e a valorização da nossa identidade”, avalia Julio.

Desafios para a consolidação
como polo de turismo gastronômico

A saída, no entanto, de acordo com Júlio, está na coletividade. “É uma cultura de que a força de um polo gastronômico não se faz apenas com um ator. É um ganha-ganha: se um ganha, todos ganham! É chegarmos ao ponto que, se um estabelecimento não tem aquilo que o turista procura, deve indicar o outro, dentro de um ambiente de competitividade natural e sadia. É entender que mais que sabor, o estabelecimento tem que se preocupar com a experiência que ele proporciona; ter seu posicionamento de mercado bem definido: o que faz, o que oferece; ser mais flexível com os horários de abertura e fechamento, permitindo que o cliente aproveite a casa, sem aquele ar de que está incomodando porque querem fechar, enfim, uma série de questões que vão fazer com que o turista se sinta bem e queira voltar”.
Júlio conclui: “Macaé é privilegiada por ter uma geografia repleta de atrativos naturais, além de líderes de segmentos que fazem jus para que a cidade se torne um grande polo atrativo de turismo gastronômico”.

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