Usina de Fomento Cultural celebra 20 anos de trajetória que inspira as novas gerações

Duas décadas de semeadura e colheita no terreno fértil da cultura macaense. Assim pode ser definida a trajetória da Usina de Fomento Cultural, associação sem fins lucrativos fundada formalmente em 30 de setembro de 2005, que hoje celebra 20 anos convertendo ideias criativas em projetos premiados e sustentáveis. Para contar essa história, uma exposição retrospectiva está sendo preparada para novembro, reunindo iniciativas que ajudaram a redesenhar o mapa cultural de Macaé e de outros municípios fluminenses.

A Usina nasceu do gesto coletivo de artistas, produtores e cidadãos inquietos com a situação precária das bandas centenárias Sociedade Musical Nova Aurora (1873) e Sociedade Musical Beneficente Lyra dos Conspiradores (1882). A mobilização transformou-se, em pouco tempo, numa plataforma sólida de consultoria, elaboração de projetos e produção executiva. O Festival Cultural Benedicto Lacerda (FCBL), criado em 2008 para preservar a obra do compositor macaense, é um dos símbolos dessa caminhada. Em 2012, sua 5ª edição foi o único projeto musical, percorrendo cidades do interior fluminense, sendo selecionado pelo Programa Petrobras Cultural.

Outros feitos pioneiros integram o roteiro da mostra comemorativa: a temporada de concertos da Sociedade Musical Macaense (2011–2012); projetos premiados nos editais Sesi Cultural, como “MPB em Três Movimentos” e “Rock Calcinha”; a gestão do espaço artístico Rinha das Artes, que conquistou o Prêmio Economia Criativa do Ministério da Cultura; e, mais recentemente, os concertos “150 Anos de Aurora Musical” com patrocínio da Petrobras, que levaram a Orquestra de Sopros Nova Aurora ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Muitos outros projetos estão no portfólio da Usina, reforçando sua vocação de conectar tradição e inovação. Entre eles, a correalização do espetáculo “Lyra 140 anos”, que homenageou a Sociedade Musical Beneficente Lyra dos Conspiradores e contou com show especial da cantora Kynnie; a colaboração na criação e dinamização do espaço cultural Beco das Artes, que se tornou um ponto de encontro para artistas independentes e produtores locais; e iniciativas de forte identidade popular, como o Panelada de Crioula, o Polo de Artesanato de Macaé e a Folia Jornada Estrela da Paz, realizada na cidade de Paty do Alferes, um exemplo de salvaguarda das tradições do interior fluminense.

Exposição em novembro revisita marcos e parcerias que transformaram projetos em patrimônio vivo da arte e da memória macaense
Exposição em novembro revisita marcos e parcerias que transformaram projetos em patrimônio vivo da arte e da memória macaense

Além de captar recursos por meio de editais de leis de incentivo cultural e apoiar Pontos de Cultura, a Usina foi decisiva para que a Viana Offshore se tornasse a primeira empresa macaense a utilizar a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Estado do Rio de Janeiro, via mecanismo fiscal do ICMS, para patrocinar eventos culturais, contemplando iniciativas do Polo Gastronômico de Macaé.

Para o presidente da Usina, Marcos Outeiro, o Kuika, esta celebração é também um tributo à rede de parceiros construída ao longo do caminho. “A Usina nasceu em um momento delicado da Lyra e da Nova Aurora e, curiosamente, com elas temos nossas parcerias até hoje. Nossa Secretaria Executiva é na sede da Nova Aurora. Nós nascemos com a colaboração da Associação Comercial de Macaé (ACIM), que é nosso endereço legal desde a fundação. Nós queremos celebrar todos os parceiros que passaram pela Usina ao longo desses anos e os pedidos de novas parcerias que estamos recebendo. Nós temos muito carinho também com as Folias de Reis. Já colaboramos com uma e começaremos a trabalhar com mais duas da Região Centro-Sul Fluminense. Isso é fantástico, porque nascemos para ajudar outras instituições e projetos, conforme o nosso estatuto. Ou seja, nascemos para isso e estamos fazendo o que idealizamos”.

Da consultoria em leis de incentivo à viabilização de editais como Aldir Blanc, Lei Paulo Gustavo e Cultura Presente nas Redes, a Usina se consolidou como agente de formação, preservação e difusão da memória artística macaense. Além de apoiar bandas centenárias, espaços culturais e festivais, abriu portas para que empresas privadas patrocinassem eventos culturais e estimulou a prática de estágios acadêmicos de alunos da UFF e do IFF.

Ainda sem dia e local definidos, a exposição de novembro promete rememorar conquistas e apontar novas direções para esse laboratório de ideias.

 

Compartilhe :
WhatsApp
Email
Facebook