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Altinha em Macaé

seg, 03/01/2022 - 12:56 -- Divercidades
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Créditos: 
Raphael Bózeo
No foto acima, uma parte da nova geração de Altinha macaense em ação.

Edição nº 57/Outubro 2021
Texto: Raphael Bózeo

A bola de futebol. Amiga fiel e inseparável de qualquer criança e de muitos jovens que sonham em se tornar jogadores profissionais pelos gramados mundo afora. Essa paixão nacional ultrapassa os tapetes verdes dos campos e, em Macaé, ganha um outro lugar apaixonante: a praia.
Além das areias da Princesinha do Atlântico, o jeito de se relacionar com a bola também ganhou uma nova forma. Um esporte novo, uma modalidade que encanta, apaixona e também se torna um estilo de vida.
É assim que a Altinha vai se consolidando e ganhando cada dia mais fãs e praticantes por aqui e por todo o país. Quem nunca passou pela Praia dos Cavaleiros, próximo ao Posto 1, e viu um grupo de amigos levantando a bola de um lado para o outro?
Amigos antigos, alguns já aposentados, que se reúnem, passando por diversas gerações, há quase 50 anos. O mais impressionante é que parece que a bola nunca vai cair. Uma forma de praticar um esporte e estar entre amigos.Tem uns remanescentes de várias gerações, esse grupo se reúne ali há uns 50 anos já, de terça a domingo, estamos lá pela manhã. Pra mim, é uma terapia, uma higiene mental. É um jogo lúdico, para a bola não cair e facilitar a bola para o amigo. Eu sempre conto e tem hora que são 100, 200, 300 toques na bola. É uma reunião de amigos para praticar a altinha, além disso, é o melhor hospital do mundo. Ali, acaba a depressão e a dor no corpo. Tem gente ali que vai há mais de 30 anos”, conta Fernando Macaé, ex-jogador de futebol e empresário na cidade.

Estilo de vida

Vitor Martins, o “Vitinho”, tem 35 anos e pratica a Altinha há quase 20 anos, mas somente há 8, se dedica ao esporte por completo. Ele conta que começou no Futevôlei, mas que depois se encantou com a Altinha, quando praticava com os amigos na Praia dos Cavaleiros e Pecado. De tanto jogar, ele acabou percebendo uma oportunidade de negócio com o esporte e juntou suas duas paixões, viajar e jogar Altinha. Criou o grupo “Em Alta”, com amigos, entre os anos de 2015 e 2016. Desde então, ele percebeu uma adesão grande não só da modalidade, mas também de um estilo de vida. A diversão, a irreverência, a vivência pelas praias traz esse modo de viver com alegria.Com a evolução tecnológica dos últimos anos, houve a possibilidade de se conectar com várias pessoas sobre esse esporte, através de vídeos da gente jogando que postávamos no Instagram. Daí, lançamos o projeto Em Alta, que surfou nessa onda e criou tendências. Somos um grupo de 50 pessoas no Brasil inteiro. Organizamos eventos, damos clínicas, aulas, mostrando nosso estilo de vida. Isso virou uma marca, inclusive, com venda de produtos. A nossa missão é mostrar a cultura da bola para o mundo”, fala Vitor.

Um jovem talento da cidade, que tem participado e se destacado nas competições é Lucca Rossato, estudante de 17 anos que joga Altinha há uns dois anos e meio. Ele se interessou pelo esporte ao ver as pessoas jogando na praia e achar bastante envolvente e dinâmico toda aquela movimentação com a bola. Para ele, a Altinha cresceu bastante entre 2019 e 2021, não só no Brasil, mas também em diversos países, como Israel e Portugal.Eu curto muito jogar Altinha e tenho treinado bastante para disputar os campeonatos. Já subi ao pódio umas cinco vezes, sendo campeão uma vez. O cenário do esporte é bastante diversificado, mas tem o mesmo intuito, que é unir e conhecer pessoas apaixonadas pela Altinha”, diz Lucca.

Mulheres Protagonistas

Se engana quem acha que a Altinha é um esporte somente para homens. Longe disso. A cada dia, as mulheres ganham mais espaço e destaque na modalidade. E a facilidade para a prática do esporte, onde só é preciso uma bola e pelo menos duas pessoas levantando a bola, sem deixá-la cair, torna o esporte acessível para todos.A médica Luaira Campos é uma das que se apaixonaram pelo esporte. Praticante de vôlei na infância e adolescência, virou atleta de futevôlei e passou a praticar Altinha para aquecer antes das partidas. Até que acabou se apaixonando pelo esporte.Quando íamos para os campeonatos, o aquecimento era com a Altinha na beira da praia. Tinha dia que parava o futevôlei para ficar só na Altinha. Nessa época, foi feito o projeto ‘Em Alta’, que virou uma nova paixão”, recorda.
Luaira, que é médica esportiva e nutróloga, também utiliza a prática do esporte para cuidar da saúde e mostrar como é possível ter uma vida melhor e mais saudável, passando isso para seus pacientes.
É muito gratificante levar o exemplo para as pessoas. Quando a gente pratica, é mais fácil a gente mostrar como o esporte nos faz bem. Estar nessa área do esporte me ajudou a desenvolver a parte psicológica. Melhorei minha forma de falar e de agir com as pessoas, com muito mais disciplina”, conta Luiaira.
Já a estudante Olívia Losant, de 19 anos, pratica o esporte desde os 14 e tem participado de diversos campeonatos de Altinha. Para ela, o interesse das mulheres pelo esporte tem crescido bastante. O fato dela jogar, e bem, serviu de inspiração para que outras mulheres iniciassem no esporte e se tornassem praticantes.Antes, eu só via homens jogando, mas hoje, vejo que as mulheres estão muito presentes. As meninas viam que eu estava jogando e também entravam no jogo, dizendo que queriam jogar igual a mim. A gente é tão acostumada a ver os homens brilhando, e poder ter mulheres jogando é muito legal”, ressalta.
E de tanto ver a filha jogar, a mãe de Olívia, Glória Ignez, pediu para que ela a treinasse na modalidade. Hoje, as dua vão à praia juntas, jogam e se divertem.Minha mãe jogava basquete na escola, a família toda sempre praticou esporte. Agora, com 53 anos, ela decidiu jogar também. É muito legal. Ela fica deslumbrada e muito animada em aprender e acabou virando um programa de família”, diz Olívia.
Enquanto uns usam o esporte como terapia e saúde, outros vão navegando nas competições. E como é uma competição de Altinha? Regras como a plasticidade dos movimentos, e se os companheiros vão conseguir defender, geram um sistema de avaliação e pontuação para as principais jogadas, como: Shark Attack, Bicicleta, Escorpião e Voleio.
Com o cenário praiano e o verão chegando, o esporte certamente terá ainda mais gente praticando na orla macaense. Um esporte que não é preciso ser bom no futebol para praticar, só um grupo de amigos e uma bola para manter longe do chão.

E você? Já pensou em jogar Altinha? A hora é agora!

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