Praia do Cantinho

Uma cidade que também se define pelos seus cerca de 23 quilômetros de litoral. As praias em Macaé são um verdadeiro convite, principalmente, quando o fenômeno “Macaribe” presenteia a população com águas claras e mais tranquilas. E no meio dessas belezas, um lugar, para muitos até desconhecido, vai ganhando destaque exatamente por fugir do circuito óbvio de quem quer curtir um belo dia de paz, sombra e água fresca. A Praia do Cantinho, entre as praias da Imbetiba e Campista, atrai pelo charme de um cenário deslumbrante e vista privilegiada para o Arquipélago de Sant’Anna. Outro atrativo é o fato do local abrigar um dos pontos turísticos mais instagramáveis da cidade: o Farol Velho, também conhecido como Farolito, patrimônio histórico e cultural do município, razão pela qual a praia também é conhecida como Praia do Farol.
O acesso ao local é feito pela Praia Campista, próximo à entrada da Petrobras, de onde é possível fazer o trajeto a pé ou de bicicleta, até escolher o local desejado na areia. A caminhada é tranquila, cerca de 10 minutos. O Farol está localizado em um rochedo costeiro na extensão da Praia da Imbetiba, tendo sido construído em 1880, pela Companhia Estrada de Ferro Macaé-Campos, quando esta operava a ligação marítima entre Macaé e a Corte, localizada na cidade do Rio de Janeiro. Do porto, era escoada a produção agrícola tanto de Macaé quanto da Baixada Campista. Em 1999, as ruínas do Farol passaram por restauração e, no ano de 2001, ele foi reformado mais uma vez. “O porto de Macaé, no século XIX, tinha uma importância muito grande, chegando a alcançar o status de sexto porto mais importante da Coroa Portuguesa. A utilização desse porto pela Petrobras, no final da década de 70, acabou intervindo no uso social que o espaço tinha, em um contexto onde a Praia da Imbetiba era a praia mais utilizada pelos macaenses. Todas as intervenções urbanísticas que foram feitas acabaram interrompendo a passagem que a população usava para ir da Imbetiba ao Farol antigo e, por consequência, isolando a Praia do Cantinho”, explica a turismóloga especialista em história macaense Grazielle Heguedusch.
Hoje, o local vem sendo redescoberto por muitos, mas Grazielle alerta para a importância da adoção de critérios de segurança. “A gente orienta para que as pessoas não subam no monumento, não apenas por uma questão de preservação do patrimônio, como também pelo risco de queda no costão rochoso”, informa.
lugar de antigas e novas memórias

“A gente tinha o hábito de ir passeando até ali, com a família, com os primos, amigos. O tempo foi passando e fomos nos distanciando dali, até que um dia, em um domingo, minhas primas me chamaram para irmos até lá, e foi aquela avalanche de recordações. Bastou esse momento, em 2020, para que eu retomasse a rotina de estar ali com mais frequência. A Praia do Cantinho representa um pouco até da minha identidade, porque o que a gente constrói de memória afetiva ao longo da vida forma um pouco o que a gente é, e retomar esse passeio, estar ali sempre que possível, é muito significativo. Eu sou muito nostálgica e apresentar esse local ao meu filho foi muito especial”, conta Daniele, que é mãe de Gabriel, de 10 anos.


“Nós temos uma relação afetiva com a Praia do Cantinho, porque é um lugar que eu e meu marido vínhamos desde criança. Hoje em dia, temos costume de ir pelo menos três vezes na semana de bicicleta e, aos finais de semana, vamos com o nosso cachorro Doggue, tomar banho de mar e correr na areia. É uma praia de águas muito tranquilas e muito especial para nós, além do fato de ser um espaço repleto dessas nossas memórias da infância”, afirma Renata.
A jornalista Mariana Müller ama o contato com a natureza. Para ela, a Praia de Cantinho é sinônimo de paz e diversão. A tranquilidade das águas e a calmaria do lugar tornam o espaço perfeito para as inúmeras experiências de lazer ao ar livre.

“A primeira vez que eu estive no ‘Cantinho’ foi na década de 90 e era completamente diferente do que é hoje, porque era muito deserta. Atualmente, percebo que o local tem tido muito essa procura pelas famílias e é ótimo para as crianças nadarem. Tem as tartarugas que, vira e mexe, aparecem e são um atrativo a mais para a criançada”, detalha ela, que costuma ir com a filha Antônia, de 8 anos, e as amigas da menina.
O favoritismo pelo lugar, palco de muitas brincadeiras, é reforçado pela pequena. “A Praia do Cantinho é muito calma e, quando a gente entra no mar, não dá vontade de ir embora, a água é muito gostosa”, ressalta Antônia.

“Desde criança meus pais levavam a gente no Farol, mas até então, não era um espaço que eu usava para fazer fotos. Até que, quando meu irmão foi morar fora do Brasil em 2019, resolvemos ir lá para fazer um ensaio dele com a esposa, já que, para nós, aquela praia tinha um significado muito especial, com uma representatividade muito grande na cidade. E, desde então, tem se tornado um local que eu indico muito para fazer fotos: temos uma silhueta usando o farol, as pedras que compõe muito, a abertura para além da areia, o arquipélago como um desenho lindo no fundo...enfim, o resultado vale muito a pena! É um lugar que eu amo tanto para curtir com a família, quanto para trabalhar”, revela.
