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Skate Une Pais e Filhos

sex, 20/08/2021 - 17:31 -- Raphael Bózeo
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Raphael Bózeo
Há dois anos, Miguel filho do Bruno, atualmente com 9, foi quem motivou o pai a retornar a andar de skate.

Edição nº 56/ Julho 2021

Texto: Raphael Bózeo

O skate, assim como o surfe, deixou de ser um esporte marginalizado - quando ele chegou ao Brasil, nas décadas de 1980 e 1990 - para ser um dos esportes que mais tem crescido no país e no mundo, ganhando novos praticantes e admiradores, se tornando inclusive um Esporte Olímpico agora nos Jogos de Tóquio, em 2021. De acordo com uma pesquisa realizada em 2015, pelo Datafolha, já existiam 8,5 milhões de praticantes do esporte no país, tornando o Brasil a segunda maior indústria mundial de produtos relacionados ao skate na época. Nomes como Bob Burnquist, Pedro Barros, Letícia Bufoni, entre outros, se destacam em suas modalidades no skate mundial.Skate é um estilo de vida e que também se transfere de pai para filhos, e até para os netos. Lucca segurava as mãos do avô Cláudio Quintes e ainda não tinha a dimensão do que aquele momento significaria para toda a sua família. O menino de apenas três anos e com um olhar encantado se divertia de um lado para o outro em cima do skate, na rampa construída pelo seu avô.Cláudio, de 52 anos e que também é pastor, desde cedo via no skate muito mais do que um esporte, mas como um estilo de vida. Foi um dos desbravadores da modalidade em Macaé e quem ajudou a construir as primeiras rampas na cidade.
A gente saía daqui para ir a Búzios andar de skate, lá tinha um bowl de cimento e começamos a montar os espaços para as manobras aqui. No centro da cidade, nos bairros e no antigo bar do Redondo, na Imbetiba”, conta Claúdio, que na década de 1980, conseguiu se consolidar como competidor amador e ganhou suas medalhas em diversas competições fora de Macaé. Jamais poderia imaginar que neste ano assistiria pela primeira vez o skate em uma olimpíada. Mas, certamente, o maior prêmio foi levar essa paixão para seus herdeiros e transformar as manobras num programa familiar.Seus filhos Daniel, de 23 anos, e Rebeca, de 26, são praticantes, além do genro Pedro, de 24, que aprendeu a andar quando começou a fazer parte da família. Cláudio está ansioso para o nascimento do terceiro neto, Arthur, para poder ensinar skate para o recém-nascido em breve. Mas os irmãos Davi, de 7 anos, e Lucca, de 3, trataram de tirar o avô de cena para deixá-lo, ainda mais, com a certeza do legado familiar através das pranchas de skate. “Nós é que vamos ensinar skate para ele, vô”, disseram Lucca e Davi, com alegria.

Incentivo que vem dos filhos   
O empresário Bruno Ramos, de 39 anos, também curtiu a fase de construção das rampas de skate em Macaé no início de 1990, principalmente, na Imbetiba. Mas com as exigências da vida adulta, foi deixando de lado a modalidade e abandonou o esporte.
Há dois anos, o filho Miguel, atualmente com 9, foi quem motivou o pai a retornar a andar de skate. Nas primeiras remadas com o Long pela orla até o jovem entrar na escolinha para adquirir a técnica com segurança. A partir daí, a prática do esporte, além de educativa e saudável, se transformou numa conexão entre pai e filho, unindo-os ainda mais.
Quando a gente se dedica ao filho e faz uma coisa que a gente gosta, é melhor ainda. Hoje, temos a chance de oferecer outras opções de esporte além dos tradicionais e fazer com que ele tenha a oportunidade de aprender e conhecer. Ele adora o skate e é muito maneiro estar andando com ele”, conta Bruno, que também faz aula na rampa junto com o filho Miguel uma vez por semana.
O engenheiro César Kamitani, de 40 anos, também tem como parceiros do esporte os filhos Gabriel, de 12 anos, e Helena, de 16. Os três skatistas começaram juntos, perderam o medo e entraram nas aulas para aprender.
É um modo que acho importante de conviver com eles. Nós sempre fizemos várias coisas juntos. Andávamos de bicicleta, karatê, pescaria, aula de tênis. Convivendo nessas interações maiores, mesmo tendo diferenças, você conhece ainda mais a pessoa em muitos momentos diferentes. De alegria, tristeza, cansaço, stress e esporte potencializa isso. Eles me conhecem melhor e eu os conheço também”, conta César.E o que existe em comum a todas essas famílias? A conexão que uma prancha de skate pode levar para pais e filhos, avôs e netos, irmãos e irmãs. De como um esporte marginalizado outrora, ganha notoriedade mundial e é capaz de unir pessoas. Num estilo de vida que vai além das rampas e estampa nas roupas, maneira de se vestir e viver.
Diante da monotonia de muitas rotinas e num mundo onde as redes sociais dominam, surfar no skate e junto de quem se ama se torna uma viagem, uma curtida e tanto. Compartilhar um passeio como se os dois estivessem no mesmo skate, caminhando para o mesmo lugar, flutuando rumo a um lugar de mais proximidade com quem se ama.
Claro que nem tudo são flores, mas o valor dessa conexão criada através do esporte é imensurável. Lá na frente, essas crianças vão contar para os filhos, lá na próxima geração, como era bom andar de skate com seus pais e avôs.
E você? Topa uma voltinha de skate com seus filhos?

 

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