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Esportistas de Macaé falam da expectativa de conduzir a Tocha Olímpica

qui, 28/07/2016 - 10:57 -- Shopping Plaza Macaé
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Foto: Alle Tavares
condutores da tocha olímpica de macaé

Faltam poucos dias para a abertura oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e a Tocha Olímpica continua seu tour pelo Brasil. A tocha olímpica já está no Estado do Rio de Janeiro, e passou por Angra dos Reis (nesta quarta-feira) e nesta quinta-feira está em Rio Claro. No domingo, dia 31, a chama sagrada vai desfilar pelas ruas e avenidas de Macaé.

A tocha foi acesa no dia 21 de abril, na Grécia, berço dos jogos. Ela desembarcou no Brasil no dia 27 de abril, quando a contagem regressiva chegou aos 100 dias. Um processo seletivo entre os três patrocinadores oficiais e Prefeituras elegeram os 12 mil condutores que terão a oportunidade de levar a tocha por cerca de 200 metros nas ruas de 300 cidades brasileiras.

rossine medeirosFoto: João Barreto

Em Macaé, entre os principais nomes que vão conduzir a tocha estão o ex-professor Rossine Medeiros, o professor de projetos sociais Osmar Sardenberg, o Mazinho, a corredora Maria Aparecida Botelho, o ex-jogador de futebol Fernando Macaé e Shiro Matsuda, sensei de judô e que escolheu Macaé há 50 anos para morar.

Todos compartilham o mesmo sentimento pela oportunidade de carregar o fogo olímpico: gratidão e reconhecimento. “Quando me ligaram fazendo o convite, desliguei o telefone na hora achando que era trote. Não acreditei na hora. Nunca imaginei conduzir a tocha olímpica. Para mim é uma honra e já sei que no sábado (véspera do evento) não vou dormir”, comentou o professor aposentado Rossine Medeiros, de 72 anos.

A preparação foi intensificada. Rossine nada 100 metros todos os dias pela manhã e os preparadores são alguns dos três mil alunos que passaram pelas mãos do professor. “Nado todos os dias e estou me preparando para conduzir a tocha. Acompanho os Jogos Olímpicos desde 1960. Não imaginava que isso aconteceria. Em 1964 minha amiga Aida dos Santos disputou os jogos de Tóquio e ficou com o quarto lugar no salto em altura. Desde então acompanho todas as edições”, lembrou.

Foto: arquivo pessoal de Shiro Matsudalutadores de judô com Shiro Matsuda

Um dos nomes mais emblemáticos talvez seja o de Shiro Matsuda. Aos 74 anos ele está se recuperando de uma cirurgia na coluna, antecipada para poder conduzir a tocha. Shiro é sensei (título honroso para tratar com respeito um mestre) de judô e há 50 anos está em Macaé ensinando a modalidade que rendeu mais medalhas olímpicas ao Brasil, em todas as edições dos Jogos. Foram 19 medalhas.

“Conduzir a tocha para mim é uma honra muito grande. Não sou brasileiro de origem, mas meu coração já adotou o Brasil há 50 anos. É, com certeza, uma das maiores alegrias que estou vivendo porque vivi a minha vida toda no esporte e é uma forma que vou ter para homenagear o judô. O espírito samurai está preparado para o dia, o corpo ainda está se recuperando, mas estará firme no domingo”, descreveu Matsuda para completar: “Quando se faz algo de bem isso volta para você. Não tive a oportunidade de ter uma academia para mim, nunca tive, mas mesmo assim sempre ensinei às pessoas o que o judô me ensinou. A filosofia do judô, que é muito mais que uma arte marcial. E ser escolhido como condutor é uma forma de reconhecimento dessa dedicação”.

Aliás, dedicação é uma palavra que liga os personagens dessa história. Mazinho, por exemplo, há 31 anos dedica a vida para dar oportunidades a crianças e jovens por meio do futebol. Já revelou nomes importantes para o esporte. Nomes que levaram o nome da cidade a outros países, como Fernando Ferrugem, Ricardinho, Marcelo Xuxa, Júlio, Zeca, Rogerinho, Luciano Leandro e Fernando Macaé.

Foto: Rui Porto Filhoosmar sardemberg

“Meu objetivo sempre foi formar homens, seres humanos melhores. Formar atletas, jogadores, foi uma consequência. Porque ninguém ensina jogar futebol, esse é um dom que a pessoa já nasce. O que fazemos é orientar, mostrar o caminho”, afirmou.

Mazinho disse que ficou honrado pelo convite mesmo enxergando o currículo mais humilde do que os demais convidados. “Não tenho currículo desse tamanho. O meu é mais humilde, tem pessoas aí mais gabaritadas do que eu. Mas esse momento representa muito para mim. É mais um legado que vou deixar para a Associação Macaense Futebol Escola, a AMFE, que possui 31 anos. Foram e são mais de sete mil meninos que passaram por aqui. Estou muito honrado mesmo porque vou participar ao lado de nomes como o do professor Rossine, um grande exemplo”, mencionou.

Um dos nomes lapidados por Mazinho, Fernando Macaé, carregou o nome da cidade por onde passou quando jogou futebol, no Brasil ou na Europa. Agora chegou o momento de desfilar pelas ruas da cidade pela qual sempre defendeu com o símbolo dos Jogos Olímpicos.

“Estou maravilhado com esse convite. São 300 passos de realização e de reconhecimento. Quero dividir esse momento com cada amigo, cada companheiro que jogou ao meu lado. Para mim é uma honra muito grande ter esse reconhecimento da organização e dos outros amigos que vão conduzir a tocha”, descreveu Fernando.

O ex-atleta agora só atua nos finais de semana, com um futevôlei e uma pelada de vez em quando. Mas quando calçar o tênis no próximo domingo e pegar a tocha nas mãos ele garante que a intensidade da carreira voltará às veias.

“Sou muito intenso e sempre coloquei na cabeça que tudo tem seu tempo. Não estou ansioso por domingo, mas sei que ser condutor da Tocha Olímpica não é algo simples. Por isso mesmo estou muito feliz e honrado”, frisou.

Foto: Ana Chaffin

maria aparecidaMaria Aparecida Botelho está acostumada a correr. Mesmo aos 62 anos, provas de corrida de rua e de resistência fazem parte da rotina dela. Treinos semanais, longos percursos e medalhas atrás de medalhas. Mesmo com essa rotina toda ela garante que correr com a tocha será algo novo.

“É um sonho que estou vivendo. Não imaginei estar viva para ver os Jogos Olímpicos acontecerem aqui no Brasil, ainda mais ser condutora da chama. Indiretamente estou participando dos Jogos. Não sei como estará meu coração no domingo. Estava pouco desanimada com os treinos, mas voltei a treinar com mais intensidade e a competir depois de receber o convite. Sou corredora de grandes distâncias e vou correr 300 metros, uma novidade para mim”, comentou Aparecida, que em 2011 correu 160 km em 24h, em uma ultramaratona no Rio, ficando com o quinto lugar.

 

Legado e mensagem

 

Todos os condutores querem deixar um legado após correrem com a Tocha Olímpica, em Macaé, no domingo.

Foto: arquivo pessoal de Fernando Macaé

fernando macaé jogando pelo botafogo

“Os Jogos Olímpicos representam a paz e a união dos povos. A maior medalha que o Brasil pode ganhar é realizar esses Jogos com paz e ordem e isso representa muito para os brasileiros”, ressaltou Fernando Macaé.

Shiro Matsuda espera que os Jogos aumente o número de judocas no Brasil. “Quero que aumente o número de judocas no Brasil para que possamos compartilhar amor, prosperidade, amizade e disciplina, ensinamentos do Judô para a vida”, enfatizou.

 

No domingo, Rossine Medeiros espera voltar por 300 metros à sala de aula e ensinar novamente. “Quero que as pessoas incorporem o espírito olímpico para que possamos ser melhores com o próximo. Além disso, quero mostrar que mente sã é corpo são. Essa é a mensagem que gostaria de deixar aos próximos. O abraço tem mais energia do que a eletricidade”, concluiu Rossine.

 

Programação da tocha em Macaé

 

O tour da Tocha Olímpica começará a partir das 18h30, deste domingo (31), em frente ao estádio Cláudio Moacyr de Azevedo. Percorrerá a Ponte Ivan Mundim (a Ponte da Barra), o Mercado de Peixes, Rua João Cupertino e Rua do Sacramento. Na Imbetiba, a Tocha passará pela Avenida Elias Agostinho, Avenida Agenor Caldas e Rua Tiradentes até o Viaduto.

Entra na Praia Campista e segue até o final da Praia dos Cavaleiros. Segue pela contramão na Amaral Peixoto, passando atrás do Terminal da Lagoa, onde tem uma base da Mobilidade Urbana. Chega às margens da Lagoa de Imboassica e segue até os quiosques entre a lagoa e a Praia do Pecado. Lá, será acesa a Pira Olímpica e terá um show com Glauco Zulo.
 

 

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