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Cresce o número de cirurgias bariátricas no país

seg, 25/04/2016 - 10:07 -- Shopping Plaza Macaé
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Alle Tavares
ex-obesos que emagreceram

Noventa e cinco mil e quinhentas pessoas passaram por cirurgia de redução de estômago, no Brasil, em 2015. O número é 6,25% maior do que em 2014, quando esse número chegou a 88 mil. O país está em segundo lugar no ranking mundial de cirurgias bariátricas, atrás apenas dos Estados Unidos. Os dados são da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Os números são alarmantes até mesmo para o médico especialista em cirurgia de redução de estômago, que atua em Macaé, Alexandre Naegele.

O susto aumenta quando a frequência de crianças com sobrepeso cresce no consultório, acompanhando os pais que estão em processo pré-operatório. Os dados da Associação Brasileira para o Estado da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) apontam que, na Região Sudeste do país, 38% das crianças com idade entre 5 e 9 anos estão acima do peso ideal. O mesmo levantamento mostra que 22,8% das crianças e adolescentes com idade entre 10 e 19 anos também sofrem desse mal.

Os índices são ainda mais altos para adultos. Mais da metade da população brasileira (50,45%) apresenta estágio de excesso de peso, de acordo com a Abeso. A associação projeta que 2,3 bilhões de pessoas no mundo estarão obesas em 2025, baseada em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

médico alexandre naegele cirurgião geralDiante desses números, especialistas trabalham para alterar um ponto em comum, a banalização da cirurgia bariátrica como único instrumento de emagrecimento. Ou, a ilusão de que há milagre no procedimento, como aponta o cirurgião geral e especialista em bariátricas, Alexandre Naegele.

“Deixo claro aos meus pacientes, quando chegam ao consultório, que não há milagre. Que há riscos durante a cirurgia. Todo mundo quer facilidade e não quer ter trabalho, mas não tem facilidade. Os primeiros 15 dias são de restrições alimentares. Após seis meses, um ano, é que o paciente passa a ter uma vida normal”, analisa o médico.

Ponto de vista que é compartilhado pelos pacientes operados por Alexandre. Andreia Sousa chama a atenção de quem tem a ilusão de que a operação seja milagrosa e resolve todos os problemas. E olha que ela tem experiência de sobra para dar esse alerta.

“O momento mais difícil para mim foi quando comecei a engordar de novo. Quase um ano depois de ter feito a cirurgia, quando meu marido e eu abrimos uma sorveteria, e depois uma pastelaria gourmet. Se você não operar sua cabeça também e mudar seus hábitos, volta a engordar. Operei com 112 quilos, com um ano de cirurgia estava com 75, nesse descuido ganhei dez quilos. Isso me assustou. Bariátrica não é a solução para emagrecer e deve ser pensada como último recurso”, alerta.

O perfil dos pacientes com indicação cirúrgica é pré-estabelecido por peso e complicações provocadas pelo excesso de peso, chamado pelos clínicos de comorbidade. São pessoas com índice de massa corpórea de 35 a 60 (média de 130 a 200 quilos), com diabetes, pressão alta, taxa de colesterol elevada e problemas cardíacos.

A depressão, segundo o especialista, pode surgir nos pacientes que já possuem graves problemas de baixa autoestima e qualidade de vida. “Já recebi pacientes aqui que operaram com diversas limitações. Desde dificuldades para amarrar o sapato a fazer a própria higiene pessoal. São queixas muito comuns no consultório. Teve paciente de ficar preso na roleta do ônibus e o veículo precisar ser desmontado”, lembrou.psicóloga maria do carmo malatesta

Trombose na perna, embolia pulmonar, pneumonia, são alguns dos riscos que o paciente possui na cirurgia. Por isso, o médico é claro quando faz o alerta aos pacientes. Pensar e tentar todos os outros meios de emagrecimento é essencial e estes devem ser levados em consideração antes de cogitar a cirurgia.

Cada operação possui uma história de superação por trás dela. Pessoas com histórias de amor e ódio com a balança e com sentimentos semelhantes como depressão, vergonha, falta de apetite sexual e dependência de comida.

Outra afirmação compartilhada, inclusive por especialistas envolvidos no processo de recuperação dos pacientes, é que ninguém é obeso porque quer ou porque escolheu ser. O fato de algumas pessoas acharem que o obeso tem falta de vontade de querer emagrecer, também incomoda quem passou pela fase de obesidade e diversos tratamentos antes da cirurgia.

“As pessoas comem suas próprias emoções. Porque a relação que elas possuem com a comida vem desde a infância. A pessoa que atingiu a obesidade chegou a esse ponto porque está em desequilíbrio emocional e nunca está satisfeita. Se está feliz come, se está triste come, se vai comemorar algo come. É uma cultura nossa”, explicou Maria do Carmo Malatesta, psicóloga que integra a equipe de trabalho do médico Alexandre Naegele.

 

Exemplos de mudança de vida

 

carlos emir junior gordo e magroE se engana quem pensa que a obesidade está longe de atingir a classe médica. O cardiologista Carlos Emir Junior, de 44 anos, passou, há oito, pelo procedimento cirúrgico. Após picos de alto e baixo peso, o chamado efeito sanfona, o médico teve que operar.

“Fui um menino gordinho. Isso fazia parte da minha infância. No início da faculdade de medicina até que malhei bastante, tinha um corpo que me agradava. Foi a partir dos 18 anos que comecei a engordar consideravelmente. Mas eram idas e vindas do sobrepeso. Quando fui estudar em São Paulo, já estava pesando 107 quilos. Aos 27, já pesava 115. Não tinha alimentação balanceada, estudava muito, dormia muito mal e morava sozinho”, relembra.

Carlos Emir chegou ao extremo cinco anos após se casar. Até então, tinha mais uma vez conseguido manter o peso próximo do ideal para seu tamanho. “Era uma pessoa ansiosa e sempre estava insatisfeito. Comia muito e de tudo. Não tinha limite. As dietas me deixavam mal humorado. Já exercia minha profissão e comecei a me questionar como poderia recomendar ao meu paciente que ele deveria emagrecer senão teria um colapso cardíaco. Foi aí que passei a ter medo de receber esse questionamento do paciente. Aos 34 anos cheguei aos 140 quilos, quando decidi operar”, comenta.

E são as pequenas conquistas - para os magros, tarefas normais do dia a dia - as mais comemoradas e as que mais emocionam os pacientes. “Amarrar os sapatos, lavar durante o banho as próprias costas, ter disposição para brincar com minhas filhas, eram as minhas maiores dificuldades e frustrações. Depois que operei e consegui lavar minhas costas sem o auxílio de escovas com cabo, fiquei emocionado. Já não dependia de auxílio para fazer a minha higiene naquele momento. Daí para frente, tudo mudou na minha vida”, revela o cardiologista.

nutricionista Gisele PachecoImagine, então, a emoção de ouvir e ver a alegria do seu filho podendo te dar um caloroso abraço. Encontrando as mãos no entorno da sua cintura sem encontrar nenhuma restrição. “Fiquei muito surpreso quando consegui abraçá-la, mas ela ficou radiante com a minha reação. Minha mãe é muito mais feliz agora. Está de bem com ela mesma”, descreveu Lucas Cravo, de 15 anos, filho da técnica de enfermagem Priscila Cravo, que chegou a pesar 120 quilos antes da cirurgia, há quatro anos.

De acordo com a nutricionista Gisele Pacheco, que possui especialização em tratamento de bariátricos, 80% das pessoas que a procuram para este tipo de tratamento, são mulheres e têm entre 20 e 40 anos. Mas ela faz uma ressalva. O tratamento precisa continuar para o resto da vida e muitos não voltam ao consultório após operarem.

“As pessoas acham que a obesidade não mata. De fato, mas ela acarreta doenças que matam. A cirurgia não é um botão que você aperta e emagrece de forma instantânea. O procedimento deve ser a última opção, para quem já tentou de tudo para emagrecer e quando a pessoa não tem nenhum resultado com tratamentos clínicos”, explica. 

 

Dependência química

 

Outro ponto comum dos entrevistados dessa matéria está ligada à dependência química, de fórmulas indicadas por farmacêuticos que prometiam a silhueta dos sonhos. Os efeitos colaterais, no entanto, foram devastadores para Priscila e Andreia Sousa. O caso de Priscila foi muito mais sério.

mulher que emagreceu

“Cheguei a gastar R$ 600 por mês com medicamento para emagrecer. Fiquei dependente por muitos anos desses remédios. Cheguei ao ponto de deixar de comprar comida para o meu filho para comprar remédio. Tomei esses medicamentos por oito anos, era uma pessoa agressiva, sensível, tudo me afrontava. Até decidir, com ajuda da minha família, parar. Ao longo de todo esse processo, tive um grande parceiro que foi meu marido. Sem ele, não teria conseguido. Meu filho também me ajudou e muito”, reviveu Priscila.

“Comecei a me medicar aos 17 anos. Tudo o que tinha no mercado e que me diziam que ajudava a emagrecer, eu comprava. Era fácil ter receita. Tentei de tudo, mas não me ajudava como eu  queria e me deixava de mal humor. Precisava mudar meu estilo de vida, minha cabeça”, completou Andreia.

 

Volta por cima e inspirações

 

O processo cirúrgico foi muito mais além, nos dois casos. Resgatou a autoestima e a vontade de viver. Se por um lado Priscila recebeu a equipe da DiverCidades com um vestido justo, maquiagem bem feita, perfume fino e um saltão que realçou suas curvas, do outro Andreia nos recebeu na extensão de sua casa, o centro de treinamento.

Andreia não tem medo de ser feliz. Nem de longe parece a mulher que tinha vergonha de sair de casa ou com medo de comprar um short jeans. Aliás, a mãe de três filhos e que chegou a pesar 112 quilos, antes da cirurgia, hoje exibe com orgulho as diversas medalhas conquistadas em corridas de curta, média e longa distância.

“Meu primeiro start que estava precisando tomar uma atitude foi quando fui comprar um short. A gente nunca acha que está gordinho. Peguei um modelo 48 e não passou nem na minha coxa. Peguei um 50 e não coube, aí fui embora e me recusei a pegar um 54. Aquele foi um choque de realidade para mim”, conta.

Andreia agora se dedica aos treinamentos, pois virou uma corredora de provas de média distância. A volta por cima e o novo estilo de vida adotados por ela fez o marido, Anderson Rocha, também optar por uma vida mais saudável. Quando os dois se conheceram e se casaram, Anderson pesava 110 quilos.

“Depois que nos casamos, engordei muito e quando operei estava com 140 quilos. O pior são as restrições, entre elas, não poder acompanhar o ritmo dos filhos. Desenvolvi artrose no joelho e isso foi devido ao excesso de peso. Mas, ao ver a Andreia bem, ver que esse novo momento dela estava fazendo muito bem para ela e para nossa família, não pensei duas vezes. Quero voltar a pesar entre 85 e 90 quilos. Essa é a minha meta”, descreve Anderson, que em três meses de pós-cirúrgico perdeu 18 quilos, e faz planos.

Na casa de Priscila Cravo também tem história contagiante. O filho Lucas Cravo, de 15 anos, pesava 94 quilos há três meses. Mas foi só descobrir que estava desenvolvendo uma diabetes, que se apoiou no exemplo da mãe e resolveu encarar a academia e uma dieta. “Estava com 94 quilos e comendo de tudo. Há três meses, comecei a dieta e a caminhar, fazer atividades. Estou com 78 agora e me sentindo muito bem. Não vou parar porque vi minha mãe se tornar outra pessoa. Ela está muito mais feliz e divertida”, comemorou.
 

Comentários

Enviado por Lucileide em
Fiz a cirurgia com dr. Alexandre há um ano atrás, demorei um ano pra amadurecer a idéia, mas graças a Deus tudo correu bem e hoje sou outra pessoa, com minha altaaestima renovada. Sem comorbidades e sem a obesidade. Só tenho a agradecer á fr. Alexandre,profissional exemplar que me acompanha até hoje.

Enviado por Roberta em
Lucileide, vc operou pelo plano de saúde ou particular? Gostaria de me informar, vc pode me ajudar?

Enviado por Érica Carvalho ... em
Sou Paciente do Dr. Alexandre e Dra. Gisele, operei a 4 anos atrás, e hj agradeço a Deus por ter colocado em meu caminho profissionais como eles, hoje tenho qualidade de vida e sou uma pessoa mais saudável e feliz. Eu pesava 110kg e hj peso 53kg e tem 9 meses me tornei mãe de novo!!!! Obrigado Dr. Alexandre Naegele!

Enviado por Elizangela Moura em
A Cirurgia Bariátrica foi a melhor opção da minha vida, claro q continuo com minha Dieta, faço exercício físico e parei com bebidas alcoólicas, tenho q fazer minha parte tbm eliminei 64 k.

Enviado por Gislaine medeiros em
Operei com o Dr Alexandre naegele a 1 não.. sou imensamente feliz pela decisão q tomei pois hoje tenho qualidade de vida... antes da cirurgia pesava 116 kg e não tinha ânimo pra nada... hoje estou com 60 kg e me sinto outra pessoa. Muito feliz comigo.

Enviado por Luciana Pereira em
Fiz minha cirurgia a 3 anos e 8 meses. Adoro Dr. Alexandre, ele é sincero e muito profissional. Tomei fórmulas para emagrecer por 4 anos. Foi a pior decisão que fiz na minha vida. A melhor foi entregar a minha vida nas mãos do Dr. Alexandre. Não é fácil, mas não é tão difícil assim. Consegui e estou feliz da vida. Antes de operar pesava 123 kg, hj estou com 76,800 .

Enviado por Andreia em
Tenho muito orgulho dessa equipe maravilhosa... Tenho um ano e meio.. e sou muito feliz...

Enviado por Marcos Antonio em
Operei com o dr Alexandre Neggele a 20 dias, estou super feliz e satisfeito com os resultados. Com acompanhamento de dra Gisele sempre muito disposta a tirar dúvidas e explicar as coisas. Recomendo a todas. E MT obrigado dr e dra por tudo. Tinha 132kg hj com 25 dias de operado com 116kg.

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