A importância da atividade física para pessoas com osteopenia e osteoporose

A osteopenia e a osteoporose são condições caracterizadas pela redução da densidade mineral óssea (DMO), diagnosticadas por meio da densitometria óssea (DEXA). A osteopenia indica uma perda moderada da DMO, enquanto a osteoporose representa uma perda mais acentuada, com maior risco de fraturas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a osteoporose é considerada um problema de saúde pública, principalmente em mulheres pós-menopausa e idosos.

Entre as estratégias não farmacológicas recomendadas para prevenção e tratamento dessas condições, a atividade física ocupa lugar central. Exercícios com impacto controlado e sobrecarga progressiva promovem estímulos mecânicos que favorecem a remodelação óssea, onde o osso responde ao estresse físico com o aumento da formação óssea. Estudos mostram que o exercício resistido (musculação, por exemplo) é um dos mais eficazes na melhora da densidade mineral óssea, principalmente em coluna lombar e quadril.

10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose, sendo que, 1 a cada 3 mulheres com mais de 50 anos tem a doença.
10 milhões de brasileiros sofrem de osteoporose, sendo que, 1 a cada 3 mulheres com mais de 50 anos tem a doença.

O treinamento de força, associado a exercícios de equilíbrio, também reduz significativamente o risco de quedas — fator crucial no manejo da osteoporose, já que fraturas por fragilidade são a principal complicação clínica da doença. Atividades aeróbicas de suporte de peso, como caminhada e dança, contribuem para a manutenção da massa óssea, além de melhorar a função cardiovascular e metabólica.

É importante frisar que atividades de baixo impacto, como hidroginástica e bicicleta ergométrica, embora benéficas para o sistema cardiorrespiratório e articulações, têm menor efeito osteogênico (efeito da atividade física sobre o tecido ósseo) e devem ser complementadas com treinos resistidos. Já exercícios de flexibilidade e alongamento são úteis como coadjuvantes para manter mobilidade e postura, reduzindo dores e rigidez musculoesquelética.

No Brasil, com o envelhecimento populacional, essa condição representa um desafio crescente para a saúde pública, particularmente devido às fraturas por fragilidade.
No Brasil, com o envelhecimento populacional, essa condição representa um desafio crescente para a saúde pública, particularmente devido às fraturas por fragilidade.

A prescrição do exercício físico deve ser individualizada, segura e progressiva, levando em conta fatores como históricos de fraturas, comorbidades, idade, mobilidade e estágio da osteoporose. A atuação conjunta de médicos, fisioterapeutas e profissionais de Educação Física capacitados é essencial para garantir a efetividade do programa de intervenção.

Portanto, incorporar a atividade física como parte do plano de cuidado contínuo em pacientes com osteopenia ou osteoporose é mais do que recomendável: é essencial.
Além dos benefícios biomecânicos e funcionais, a prática regular de exercícios melhora a autoestima, a autonomia e a qualidade de vida, contribuindo de forma direta para o envelhecimento saudável e ativo.

Rafael Köhler
É Professor de Educação Física, Pós-graduado em Fisiologia do Exercício, Atividade Física Adaptada e Saúde. Reabilitação cardíaca pelo INCOR.
Instagram: @essencialfit

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