As casas conectadas pareciam uma realidade distante há alguns anos. A automação do lar era coisa de ficção científica. Mas, quando se tornou uma tendência real, as chamadas casas inteligentes chegaram associadas aos excessos tecnológicos, depositando no lar mais demandas do que precisamos, deixando de lado o sentido vital da palavra casa: abrigo, aconchego e descanso. Já é sabido que o uso de recursos eletrônicos em excesso provoca sintomas de ansiedade, mas a necessidade de manter-se atualizada nos cega ao essencial. E aquela ‘casa com alma’, que nos traz, além do conforto, uma identidade, tem sido a nova “tendência” para contrabalançar a enxurrada de informações virtuais e as crises reais que enfrentamos no dia a dia. Acompanhando essa necessidade para suavizar os tempos ‘hi tech’, a aposta, agora, é buscar ambientes que nos proporcionem uma experiência sensorial, explorando peças para resgatar o sentido de aconchego, aninhando-se em nosso espaço que chamamos de lar. Adicionando peças reconfortantes com poucos acessórios. Transformando, por exemplo, a cozinha em um local de maior convívio, ampliando a área para agregar momentos de troca e refletindo uma sensação de pertencimento ao ambiente. Para isso, as soluções podem estar em diferentes texturas, nas paletas de cores ricas em tons neutros associados ao verde e em objetos decorativos, que nos direcionam para uma estética mais suave, como as toalhas de mesas rústicas de tecidos naturais. O retorno ao ambiente mais orgânico também está nas texturas em madeira crescendo em paredes e pisos, assim como no mobiliário. Os projetos podem incluir não só madeira, mas também palha e fibras vegetais. E podem ser valorizados nas peças coringas, como um tapete adequado ou uma mesa lateral com iluminação indireta, peças de design e artesanato brasileiro. Explorar novos ângulos e formas geométricas também nos direciona ao minimalismo que valoriza um ambiente com mais afetividade, deixando o que é excesso fora dele. Com a chegada do inverno, fica ainda mais latente o retorno ao ambiente que proporcione um aconchego. E por mais que as casas inteligentes possam oferecer comodidades aos realizar as tarefas diárias por meio do adicionamento da voz ou do controle remoto, a manta reconfortante lançada na decoração do sofá ainda nos proporciona acolhimento necessário aos dias frios. Aos olhos dos vanguardistas pode parecer simples demais, mas, como dizia a escritora Clarice Lispector “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho”.“O quarto da Lis é cheio de memórias, que vão dos móveis quase 100% garimpados (menos a cabeceira, feita por um artesão) aos objetos da nossa família e artesanatos locais de lugares que visitamos.”O apartamento da artista Ana Strumpf é um mix de vegetação, móveis de garimpo, e arte.Vitrine assinada pelo escritório Lívia Melo Arquitetura para a Inovare, contendo móvel de garimpo, arte e uma estante contemporânea design do nosso escritório, fabricada em serralheria branca.
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