Acordar cansado, com dores, ficar sem energia, com irritação e sonolência durante o dia podem ser alguns indícios de que o corpo não está tendo o descanso que precisa. A boa notícia é que algumas mudanças simples nos hábitos de dormir podem contribuir para um sono restaurador e mais qualidade de vida.
No Brasil, estima-se que metade da população adulta sofra com algum tipo de distúrbio do sono. O médico especialista em medicina do sono, Gleison Guimarães, explica que o sono de boa qualidade proporciona entre outros benefícios a liberação hormonal de substâncias que controlam o metabolismo, regulação de peso e estresse e de sintomas psicossomáticos como ansiedade e depressão.
Para ter uma boa noite de sono, siga os conselhos do especialista:
- Evite a ingestão de alimentos pesados à noite, como frituras e gorduras;
- Não faça atividades físicas próximo da hora de dormir;
- Deixe o quarto favorável para o sono com ambiente silencioso, de pouca luminosidade e arejado.
“A privação do sono pode trazer impactos significativos ao metabolismo do corpo. Estudos recentes mostram que até mesmo a inversão de ciclo como no caso de pessoas que trabalham no período noturno pode acarretar problemas de saúde, principalmente ligados à área cardiovascular, psicossocial, além de distúrbios como insônia e sonolência excessiva. Para as mulheres que atuam nesta jornada de trabalho, há ainda indicações de aumento no risco de câncer de mama”, ressalta Gleison.
Os problemas com o sono podem atingir também as crianças. Os sinais podem se manifestar quando a criança se mexe muito, acorda irritada, apresenta preguiça excessiva e choro ao acordar, ronca e respira pela boca. Segundo Gleison, os tratamentos iniciados neste período da vida tornam-se muito mais eficazes e evitam problemas crônicos no futuro. “O ronco e apneia do sono são doenças da infância que devem ser tratadas nesta fase, daí a importância do olhar atento dos pais”, alerta.
A postura também é um dos fatores que pode contribuir para o bom sono. O ortopedista Glauco Lacerda explica que a forma ideal para dormir é de lado e com um travesseiro fino entre as pernas e joelhos levemente flexionados. Esta forma oferece apoio total da coluna e relaxamento maior dos músculos do corpo. Além disso, o travesseiro escolhido para repousar a cabeça deve ficar bem posicionado, na altura do ombro deixando o pescoço na mesma linha da coluna. Segundo Glauco, é até aceitável que a pessoa durma de barriga para cima, desde que com um apoio nos pés. Já dormir de bruços é considerado um erro pelos especialistas, além de dificultar a rotação do pescoço, esta posição também prejudica a região torácica e lombar.
“Dores e tensões musculares podem estar diretamente ligados à forma como a pessoa dorme. Tudo é uma questão de adequação, de saber o que faz bem e o que faz mal para o seu corpo e assim procurar educar a postura, criando um novo hábito”, informa o ortopedista.
A escolha ideal do colchão
Saber escolher o colchão também pode ser um aliado nesta luta contra o sono mal dormido. A indicação médica é para que ele não seja firme ou mole demais, a fim de acomodar bem o repouso da coluna vertebral. O mercado atualmente oferece inúmeras opções que devem ser olhadas com cuidado e escolhidas conforme o biotipo de cada um. A orientação é olhar a densidade do colchão e selecioná-lo de acordo com seu peso. No caso do casal, a função ortopédica será indicada para atender quem tiver o maior peso.
Ludmila Moura, empresária especializada neste ramo, explica que a tecnologia tem favorecido o aparecimento de produtos com cada vez mais qualidade. O visco elástico, espuma desenvolvida pela NASA, é um exemplo. O material faz o contorno do corpo, não pressiona os vasos sanguíneos e induz a menor movimentação do corpo durante o sono.
Segundo Ludmila os consumidores também devem optar por materiais antibacterianos que previnem a proliferação de ácaros, fungos e bactérias. “Tecido com viscose de bambu é mais fresco, antialérgico, além de ser um antibacteriano natural”, indica ela.
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