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Para os Doutores Palhaços, brincadeira é coisa séria.

qui, 24/12/2015 - 18:17 -- Divercidades
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Arquivo Doutores Palhaços
Macaé doutores palhaços
Vestidos com jaleco, peruca e nariz de palhaço, eles visitam hospitais, asilos, abrigos e comunidades de Macaé 
para levar alegria e uma palavra de conforto utilizando um único remédio: o riso. São os Doutores Palhaços, 
grupo criado há três anos na cidade pela jovem Érika Leal. O objetivo é proporcionar um momento de 
descontração através do bom humor, da música e da arte, baseados na ideia de que um sorriso pode fazer toda 
a diferença. 
 
Segundo Érika, tudo começou quando um amigo precisou ficar internado em um hospital da cidade e ela passou a 
observar como o ambiente era triste. “Vi que as pessoas recebiam poucas visitas. Logo lembrei do filme ‘Doutores da 
Alegria’ e quis fazer algo parecido”, conta. doutores palhaços macaé
 
Porém, a jovem descobriu que para fazer parte de um grupo que já existia aqui no país, inspirado no filme,
era preciso ser formado em teatro ou ser estudante de medicina.  Como ainda estava longe de fazer faculdade 
e a maioria dos amigos também, Érika montou um grupo em uma rede social e convidou cerca de 300 pessoas 
para participar. Um amigo foi chamando o outro e das 60 pessoas que se candidataram na época, hoje 25 
compõem o Doutores Palhaços. “Só ficou quem realmente tem interesse e dá prioridade a ‘perder’ um fim de 
semana para estar no grupo”, acredita Érika.
 
Hoje, o Doutores Palhaços é dividido em membros fixos e colaboradores – que são aquelas pessoas que 
não podem participar sempre. Eles visitam asilos, hospitais, comunidades e, sempre que possível, realizam 
campanhas para ajudar ONGs e outros projetos sociais.
 
Érika explica que as visitas são feitas duas vezes por mês, sempre aos fins de semana. Antes, é feito um
contato com a instituição a ser visitada, por telefone ou em uma reunião breve, onde são definidos os detalhes. O 
grupo não possui ajuda de custo com passagem, lanche e nenhum outro gasto. E, como no início do projeto, ainda 
se articula pelas redes sociais. “A gente se organiza como dá, na correria do dia a dia. Cada um prepara o que for 
preciso em casa e vai”, conta.
 
Quando a visita é em comunidades ou abrigos e as atividades envolvem crianças, os voluntários levam 
doces, brinquedos, contam histórias, tudo para divertir os pequenos. Com os idosos, há sempre uma roda de 
música, jogos de mesa e muito bate-papo.
 
Já nos hospitais, as atividades são mais tranquilas. “A gente leva palavras positivas e, quando os pacientes 
dão liberdade, faz algumas brincadeiras, conta piada. As crianças sempre recebem uma bola, um brinquedo. 
 
Mas quem gosta mesmo são os idosos quando estão internados, são os que ficam mais emocionados”, lembra 
a voluntária Letícia Valença.
 
Segundo Letícia, o hospital é o lugar onde o grupo mais se emociona. Apesar de o objetivo ser dar uma doutores palhaços macaé
injeção de alegria aos pacientes, os palhaços também ficam tristes. Mas se escondem antes que alguém perceba.
 
“Eu sou a mais chorona de todas. Meu coração fica partido. Quando é uma situação extrema, a gente sai e vai para o banheiro. Ninguém vai ver um palhaço chorando”, diz Érika. “Por mais que a gente esteja triste e não possa fazer quase nada para livrar essas pessoas da dor, a gente pode amenizar. Acredito que nesses 
 
momentos é que a gente precisa pegar a nossa força e transformar em alegria. Nessas horas, estar de peruca e maquiagem facilita”, completa Letícia.
 
A CADA VISITA, UMA HISTÓRIA PARA CONTAR
 
Toda palhaçada é feita na intuição. Ninguém fez curso para aprender como levar alegria às outras pessoas. 
 
Além de aprenderem através da internet, eles usam as experiências do dia a dia para se aperfeiçoarem. Mesmo sem serem “profissionais” na arte de fazer rir, o grupo é muito respeitado por onde passa e coleciona boas histórias para contar, sejam elas tristes, alegres ou de superação. A primeira ida ao Hospital Público de Macaé 
 
(HPM) foi tão marcante que Érika lembra até hoje. Por coincidência, na ocasião, o grupo que visitava a unidade de saúde era composto em sua maioria por mulheres. Ao entrarem na enfermaria masculina, um dos idosos internados exclamou: “Parece que abriram as portas do céu”.
 
Natália Azevedo, que também é voluntária no grupo, sempre lembra das histórias das crianças do Cemaia - Centro Municipal de Atenção à Infância e à Adolescência. “A gente conhece uma realidade muito diferente da nossa. 
 
Uma vez, uma menina conversou comigo, só tinha 13 anos, mas o que ela já tinha passado eu não sei se suportaria”, destacou.
 
E mesmo as histórias mais tristes trazem algo de positivo. “A gente ganha mais que as pessoas que estão internadas. Elas não esperam que, dentro de um hospital, vão encontrar pessoas que lhe farão sorrir e esquecer um pouquinho do seu sofrimento”, ressalta Letícia. 
 
De fato, os benefícios da risada vão além do que se imagina. O médico oncologista Sávio Mussi acredita que a presença e o trabalho desenvolvido por grupo de pessoas que levam entretenimento, cultura e arte nos ambientes hospitalares estimula aos pacientes uma mudança de foco.
 
“Essa mudança do foco da doença para a vida traz alegria e uma perspectiva diferente do momento que o paciente vive no ambiente hospitalar, onde existe uma visão distorcida do cuidado. O cuidado não é a visita médica, a administração de medicamentos nos horários corretos e os cuidados de higiene e curativos. O cuidado no ambiente hospitalar é se importar com o outro, é distribuir atenção integral e amor das mais variadas formas, respeitando a individualidade e a necessidade de cada paciente e seus familiares”, acredita.doutores palhaços macaé
 
Ainda segundo o médico, o Doutores Palhaços traz reflexões aos pacientes, aos familiares e à equipe de saúde e de todo o hospital, capazes de motivar, mudar o humor, o comportamento e relacionamento entre as pessoas e com suas próprias doenças e limitações. “Trabalho fantástico de promoção de saúde e felicidade”, destaca o oncologista.
 
APOIO
 
O grupo está recrutando pessoas que tenham interesse em ser palhaço. A idade não importa, basta ter bom coração e responsabilidade.  O Doutores Palhaços também está de braços abertos para qualquer tipo de ajuda, seja na preparação ou nos eventos em si, doação de brinquedos, doces, fralda geriátrica, material de limpeza e alimentos.
 
Outra necessidade apontada pelo grupo é a maquiagem e roupa de palhaço. Atualmente, os voluntários usam uma camisa com a logotipo do Doutores Palhaços, mas entre os objetivos está a aquisição de roupas próprias para as atividades.
 
Quem tiver interesse em ajudar, pode entrar em contato pela página do facebook Doutores Palhaços ou pelo e-mail doutorespalhacos@gmail.com

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