Edição 64/2023
Texto: Renatta Viana
Fundada em 8 de junho de 1873, com o nome Sociedade Particular de Música Nova Aurora, o agrupamento musical surgiu a partir de uma reunião de distintos senhores num dia de domingo, numa casa da antiga Rua dos Pescadores (atual Pereira de Souza), no centro da cidade, num tempo de imensa valorização das sociedades musicais em todo o Brasil.
Hélio Rodrigues é Maestro Titular e Diretor Artístico da Orquestra de Sopros Nova Aurora, atua há 18 anos na instituição e sua formação é em Educação Musical e Ensino de Artes. Ele conta que, atualmente, a Orquestra de Sopros Nova Aurora é composta por 62 músicos, profissionais e amadores que, em sua maioria, receberam formação musical na instituição.
A Nova Aurora já foi convidada a se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Sala Cecília Meireles e no Salão Leopoldo Miguez da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre alguns dos regentes que passaram pela história da Nova Aurora estão: Jorge Tardelli, Benedicto Passos (Tinho), José Bastos (Siri), Gelson Porto, Carlos Jorge e muitos outros.
O maestro conta que a celebração aos 150 anos veio acompanhada por muitas novidades. “Em maio deste ano, foi aprovado pelo Legislativo Municipal o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Macaé, além de a orquestra ter sido selecionada pelo projeto Incubadora Cultural Conexões Musicais da Orquestra Sinfônica Brasileira. Lembrando que, desde 2008, pela lei 5.215/08, a instituição já é Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro”, ressalta Helinho.
Nova Aurora, história e memória
A história conta que, lá no início, a Lyra dos Conspiradores, que já tinha sede própria, motivou a Nova Aurora a conseguir um terreno mais vistoso, em plena Rua Direita, para a construção do seu belíssimo chalé com capela dedicada à Santa Cecília, padroeira dos músicos e da música sacra.
O historiador Meynardo Rocha de Carvalho explica que a Nova Aurora era composta inicialmente apenas por homens, de profissões e opiniões sociais diversas, todos, no entanto, associados no entorno da boa música e do amor por ela, dentre os quais surgiu sua primeira diretoria, sendo Manoel Guedes Júnior, o primeiro presidente; Luiz Francisco Quaresma, o secretário; e Antônio José de Carvalho Torres, o tesoureiro.
As valorosas lembranças que perduram do século passado destacam os verdadeiros presentes que o público local ganhava com concertos memoráveis e peças musicais espetaculares de renomados nomes da música clássica mundial, como Tchaikovsky, Schumann, Verdi, Gounod, entre outros compositores estelares.
Cento e cinquenta anos depois, a Nova Aurora continua firme, dinâmica e em instalações repaginadas recentemente, após obras de manutenção e pintura feitas com o apoio da Arco-Íris Petrotintas. Mantendo, sobretudo, a marca invariável da música por excelência, se reconfigurando como baluarte macaense, ícone identitário social.
Celebração aos 150 anos
A Sociedade Musical Nova Aurora, com o apoio da Prefeitura de Macaé, preparou um concerto comemorativo dos seus 150 anos. O evento ocorreu em 7 de junho, na Praia da Imbetiba, sob direção de Hélio Rodrigues, que trouxe à cidade convidados especiais: dois renomados solistas e o grupo Raiz do Sana, que completou 25 anos de carreira. 
O concerto contou, ainda, com a participação do maestro Bruno Py, regente da Orquestra Popular de Macaé (OPM), além dos solistas convidados: a soprano Anna Hannickel e o tenor e ator Ricardo Gaio que interpretaram The Phantom Of The Opera (O Fantasma da Ópera).
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