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Sillas Andrade, o atleta da resiliência

ter, 11/02/2020 - 12:03 -- Leila Pinho
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Créditos: 
Alle Tavares e @jubinsk
atleta

Um macaense persistente tem mostrado que uma história de superação se faz com muita dedicação, resiliência e fé. O nome dele é Sillas Andrade, atleta de bicicross, de 14 anos, que não para diante das dificuldades.
Ele surpreende com a alta performance no esporte, e sua história de vida também causa a mesma impressão. Ainda muito pequeno, Sillas enfrentou uma grande batalha. Segundo conta sua mãe, a professora Jane Andrade Alves, logo nos primeiros anos de vida, o menino foi diagnosticado com fibrose cística, uma doença rara. Por conta da doença e de outros problemas de saúde, Sillas precisou ser internado diversas vezes e fazer vários tratamentos. “Dos 2 aos 6 anos foi uma luta”, lembra Jane. Ele teve problemas respiratórios, muitas alergias e tudo tinha relação com a fibrose cística. A família de Jane fez tudo que podia pra que o menino pudesse ter uma vida normal.
mãe e filhoDos 6 aos 10 anos, Sillas praticou natação e a atividade contribuiu muito com a sua qualidade de vida. E foi aos 10 que um encontro com a bike marcou o início de uma grande transformação na vida do garoto. Sillas e a família estavam voltando de um culto no Parque Aeroporto e ele viu pessoas treinando na escolinha de bicicross. Pediu pra ver o que estava acontecendo e, pouco depois, já estava na escolinha. Em 2015, ele começou a treinar e logo, se destacou pelo desempenho. Numa das primeiras competições que participou, em Minas Gerais, Sillas ficou em 3º lugar. A partir daí, colecionou troféus (50), medalhas, 26 pódios e viagens a várias cidades, do Brasil e do exterior, para competir.
“Por conta da saúde, Sillas ficou com defasagem escolar. Do 5º ao 6º ano, ele era visto na escola como o burro, o lento. Ele sofreu bullying e foi estigmatizado. O bicicross entrou na vida dele com uma função resgatadora e terapêutica. No 7º ano, ele estourou e, no 8º ano, já era um atleta. As notas melhoraram e tudo melhorou junto”, fala orgulhosa, Jane.
Em 2016, novamente a saúde colocou uma prova na vida de Sillas. Ele descobriu um tumor no olho esquerdo e teve que fazer uma cirurgia para retirada desse tumor. Por causa da recuperação, ficou 4 meses afastado do bicicross. Sillas perdeu a visão esquerda, mas não a vontade de vencer. Ele não pensava em outra coisa que não fosse voltar a competir. E, mesmo sem a visão esquerda, venceu mais uma batalha. O garoto voltou às competições em 2017 e ocupou novos pódios depois disso. Mas, os desafios não pararam de surgir. Em 2017, Sillas precisou fazer mais uma cirurgia para ativar o nervo óptico e ficou mais três meses sem poder treinar. Se recuperou e, mais uma vez, conseguiu vencer os desafios da vida e do esporte. Recentemente, numa competição em Sorocaba, ele se acidentou e quebrou o braço e o punho.Agora, está se recuperando, passa bem e já tem novas competições programadas para setembro.
menino com trofeuPara Sillas, o esporte proporciona sensações únicas, ele se sente livre e mais forte. “Eu vi que eu consigo, que tenho capacidade, que tenho potencial e que posso fazer. Com tudo o que aconteceu, eu fui ganhando confiança”, fala o garoto.
Sillas conta com 11 apoiadores e 6 patrocinadores, mas, mesmo assim, os recursos ainda são pequenos frente aos custos que o atleta tem para competir. A família se dedica muito para que ele participe dos campeonatos. Jane, o marido e o filho viajam frequentemente para as competições e os gastos com viagens (grande parte no carro da família) são altos.
“A gente vê a super ação de Deus na vida dele. Deus deu a Sillas um espírito de resiliência”, fala a mãe. “A gente aprende sobre resiliência vivendo e observando as próprias emoções. Para desenvolver resiliência é preciso se conhecer”, fala a psicóloga especializada em Terapia Cognitivo Comportamental, Rosângela de Oliveira.
psicologaA psicóloga também orienta sobre o importante papel da família para ajudar jovens como Sillas a superarem as dificuldades da vida. “Tudo vai depender muito do contexto do adolescente, das crenças e dos valores que foram passados pra ele. O apoio familiar impacta diretamente em conseguir ou não superar os desafios. O apoio familiar é fundamental”, fala Rosângela.
Com o apoio do pai e da mãe, muito treino, ele vai vencendo os obstáculos um a um e não perde de vista os seus sonhos. “Meu sonho é estar na final de uma Olimpíada e na final de um mundial de bicicross. Eu preciso treinar pra isso e tenho fé que vou conseguir”, fala. Se, com 14 anos, ele já é o 1º colocado no ranking nacional de bicicross de sua categoria, imagina só a história que ele ainda vai escrever.

 

Texto Leila Pinho

 

 

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