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Xangô Menino Macaé

qui, 21/05/2020 - 12:16 -- Leila Pinho
Categoria: 
Créditos: 
Arquivo e Alle Tavares
Xangô Menino

No ano de 1966 foi fundado o Xangô Menino, que se transformaria no mais importante Centro de Umbanda de Macaé. Na época, João Sérgio de Lima (dirigente espiritual) e Delvani Pinheiro da Costa, a Tia Delva, e Adilson Figueira da Silva (dirigentes administrativos) iniciaram as atividades religiosas na casa de Tia Deva, sem grandes pretensões de crescimento. Porém, apenas um ano depois, os membros do Centro compraram um grande terreno onde hoje está o Xangô Menino, no bairro Miramar.

No início, era uma casa simples e pequena, mas que com o passar dos anos e as obras realizadas foi se tornando o maior Centro de Umbanda de Macaé e um dos maiores do Brasil, em termos de espaço físico. São mais de 5 mil metros quadrados de área, com exuberante espaço verde, característica forte da religião que é muito ligada à natureza. Atualmente, o Xangô tem cinco casas afiliadas sendo uma no bairro Lagomar, em Macaé, três em Araruama e uma em Campos.
Xangô Menino
Religião brasileira que traz vários elementos das religiões africanas e cristãs, a Umbanda ainda é alvo da intolerância, do preconceito e da falta de informação.  “Hoje não sofremos diretamente com o preconceito. Houve um tempo em que pessoas de outra religião ficavam abordando os outros nas nossas portas querendo impedi-los de entrar. Hoje o Xangô Menino é respeitado até pelos evangélicos”, conta João Sérgio. Em meados da década de 1970, começamos a implantar a doutrina Kardecista que foi importante para despertar a consciência religiosa na comunidade, conforme esclarece João.

Uma das coisas que mais nos orgulhamos é prestar serviço de socorro espiritual para todas as pessoas, independente de credo ou situação econômica. Abraçamos a todos”, diz o presidente do Xangô. Na festividade de Cosme e Damião, essa demonstração de acolhimento fica ainda mais evidente. A grande comemoração realizada em setembro, no Centro de Umbanda, reúne pessoas de todas as religiões e classes sociais. Aberta ao público, a festa recebe centenas de pessoas e enche o Xangô Menino.
João Sergio
Durante muitos anos, o Centro realizou relevantes trabalhos sociais que beneficiaram toda a comunidade macaense. Na década de 1970, várias famílias carentes foram assistidas. João recorda quando o bairro Malvinas não tinha infraestrutura e mais parecia um pântano, com muitas moradias de palafita. Os membros do Xangô visitavam as famílias e faziam doações de mantimentos e materiais de primeira necessidade. Já no início dos anos 2000, no período em que João Sérgio foi vereador, ele conseguiu, por meio de um convênio com a prefeitura de Macaé, realizar atendimento aos moradores de rua. “Adquirimos uma Kombi e duas vezes por semana nós saíamos de noite levando comida. A gente cortava os cabelos dos moradores, cuidava das feridas deles fazendo curativos e era um trabalho muito legal que infelizmente parou por causa da violência”, conta João. 

Xangô MeninoOutra ação muito importante na história do Xangô foi o Centro Comunitário de Aperfeiçoamento Profissional, o Cecap.  Para a comunidade macaense foi ainda mais relevante, já que por meio deste projeto cerca de 14 mil pessoas se formaram,  aprenderam uma nova profissão ou expandiram conhecimentos técnicos ou em língua estrangeira. O Cecap oferecia cursos profissionalizantes e aulas de idiomas com o objetivo de capacitar a mão de obra local e aumentar as possibilidades da população macaense conseguir um emprego. “Haviam professores voluntários e pagos também. Tinha inglês, espanhol, informática e muitos cursos voltados para a área offshore”, lembra o presidente do Xangô.  O Cecap começou as atividades no fim da década de 1990 e funcionou por sete anos.


Contribuição popular para o resgate histórico

Apesar das cinco décadas de existência, o Xangô Menino tem uma dívida com sua própria memória. Os membros do centro de Umbanda não se preocuparam em guardar arquivos como impressos, fotos, filmagens e outros tipos documentos. Grande parte dos momentos mais marcantes está vivo apenas nas lembranças da comunidade umbandista de Macaé. Segundo recorda João Sérgio, um dos membros ativos da casa possuía muitas fotografias e arquivos antigos, porém todo o material foi perdido após um incêndio.
Por isso,  sob a responsabilidade de Ely Peron, o Xangô Menino convidou as pessoas a contribuírem com o resgate histórico da casa entregando qualquer tipo de documento antigo que ajudaria a compor  sua história. “Se alguém tiver algum registro de fotos do Xangô ou qualquer coisa que possa nos ceder, temos muito interesse porque queremos montar um acervo. Atualmente, as nossas festividades e palestras estão sendo fotografadas e filmadas”, explica João Sérgio. As pessoas interessadas em colaborar com o resgate histórico podem procurar o Xangô Menino que fica na Rua Xangô Menino, 96, no bairro Miramar, em Macaé, ou ligar para o telefone (22) 2762-0687.

Texto Leila Pinho

Edição nº39/ Setembro 2016

Revista Digital

 

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