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Acordes da juventude

dom, 08/01/2017 - 19:51 -- Divercidades
Categoria: 
Créditos: 
Alle Tavares
crianças fazendo e tocando música
 

Vista como forma de expressar ideias e sentimentos, a música é considerada uma linguagem muito apreciada pelas pessoas. O interesse costuma surgir desde muito cedo e, logo no início, a música adquire grande importância na vida de uma criança. É bem provável que cada um se lembre de alguma canção que tenha marcado a infância e essas lembranças quase sempre vêm acompanhadas por sensações e recordações afetivas intensas. Dessa forma, através das experiências musicais vividas, começam a se desenvolver capacidades que serão importantes durante o crescimento infantil.

mulher posando para fotoDe acordo com a pedagoga e psicopedagoga, Patrícia Oliveira da Fonseca, a linguagem musical é uma das áreas do conhecimento mais importantes a serem estudadas no desenvolvimento humano, pois esta aprendizagem contribui para a formação de valores pessoais e sociais, e para o desenvolvimento cognitivo, psicomotor, emocional e afetivo de crianças e adolescentes. “Os primeiros estímulos musicais são oferecidos ainda no útero materno. Após o nascimento, a criança pode continuar recebendo esses incentivos, já que a música estimula as habilidades auditiva, linguística, emocional e cognitiva.”

Quando a criança começa a frequentar a creche ou a escola, os profissionais de ensino devem utilizar a música como recurso para tornar o aprendizado mais dinâmico e eficaz. Isso envolve contato com ritmos variados e estrutura de texto diferenciada com utilização de rimas, estímulo à expressão oral e corporal, bem como a ampliação de vocabulário, incorporando novas palavras em seu repertório oral e escrito. Cantando, por exemplo, sem que percebam estão trabalhando a concentração, memorização, consciência corporal e coordenação motora, já que estímulos musicais durante a infância despertam maior interesse em aprofundar conhecimentos.

O professor de música Carlos Alves, sócio-proprietário da Tom Escola de Música em Macaé, conta que, ao longo dos seus 30 anos como músico, a relação de crianças e adolescentes com esse universo cresceu consideravelmente, já que os pais enxergam a necessidade de inserir seus filhos em tarefas que despertem emoções. “Eu costumo dizer que a música tem um poder transformador e por isso a procura aumenta. A partir dos 3 anos de idade, a criança passa pela musicalização infantil para que seja avaliado seu interesse e necessidade, sendo por inúmeros motivos: melhorar concentração, equilíbrio, timidez, retração, alívio de tensões, além, é claro, de tornar a música um hobby e incentivo à arte e cultura.”homem, mulher e menina tocando piano

Tainá Ferreira, de 13 anos, estuda música há cinco anos com o Carlos. Influenciada pelo pai que é guitarrista e a mãe bailarina, a adolescente naturalmente se interessou por bateria, piano e canto. “Temos em casa um palco e alguns instrumentos para tocarmos juntos, reunindo familiares e amigos para esse momento”, disse Tainá que curte as bandas Legião Urbana, Los Hermanos e pop alternativo. Ana Paula Ferreira Pires, mãe da adolescente, estudou piano e teve influência clássica pela prática do balé. “Tainá escutava música clássica quando bebê e, aos 5 anos, ganhou uma bateria. Com a ajuda do pai, tocou sem dificuldades e percebemos que ela tinha jeito pra coisa, apesar da timidez”, disse a mãe orgulhosa.

Sofia Guedes, de 13 anos, é bem eclética e solta a voz inspirada na cantora internacional Adele, além de mandar bem no piano. “Meu avô era músico, tocava flauta transversal e piano, então sempre cantei. Música é sentimento, a gente se expressa através de mensagens que não são simples palavras”, disse a menina, apaixonada por tudo que a música oferece. Para a mãe da Sofia, Paula Guedes, sua filha despertou através do canto e desabrochou para a música A música ajuda a romper barreiras. Fazer algo que se gosta influencia em muitos aspectos. É uma forma de expressão libertadora”, contou Paula.

mulher e menina sentadas no sofaSão muitos os casos de crianças e adolescentes que se destacam na música e, apesar da pouca idade, revelam dons especiais. O Pedro Figueiredo, de 10 anos, aprendeu bateria há um ano e já toca como gente grande. “O Pedro migrou da percussão para a bateria e hoje dá um show tocando samba, jazz, rock, soul e desenvolvendo seu próprio estilo”, disse o professor Carlos. Para Bianca Rangel, de 16 anos, sua inspiração vem da cantora pop rock, Avril Lavigne. “A música me tira da rotina. Eu relaxo, me divirto, me expresso e crio vínculos”, disse a multi-instrumentista que há seis anos toca guitarra, violão, baixo, bateria e ainda canta. Outro talento é a Jade Fernandes, também de 16 anos, que desde pequena se arriscava no karaokê. Cheia de personalidade, algumas de suas referências musicais são Amy Winehouse e Cold Play. “Cantar, tocar piano, guitarra e violão é o que eu gosto de fazer. O tempo passa e a gente nem percebe”, disse Jade.

São inúmeros os benefícios adquiridos com os estímulos musicais. Estes são alguns exemplos de como a música pode melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes, sendo utilizada como excelente recurso na atuação terapêutica de fonoaudiólogos, psicólogos e psicopedagogos.

“A música pode ser utilizada nas intervenções psicopedagógicas com o objetivo de criar vínculo afetivo e resgatar a autoestima dos jovens, que comumente encontra-se rebaixada devido às dificuldades da vida escolar. Agindo diretamente na emoção, proporciona avanços no desempenho cognitivo aos que necessitam de intervenção psicopedagógica”, revela ainda a psicopedagoga Patrícia.pai, mãe e filho com guitarra no colo

Tocando guitarra e violão, o adolescente Gabriel de Oliveira Souza de 14 anos, percebe que a música mostra os diversos estágios de seu crescimento, que já o leva a viver alguns momentos de nostalgia. Ele diz que nunca se limitou apenas a ouvir música, sempre quis tocá-las e hoje já participa de muitos eventos com alguns amigos do colégio. “Quando estou entre amigos tocando por diversão ou ensaiando, me sinto bem porque estamos interagindo, inclusive com os professores. Quem sabe esses momentos continuem nos incentivando a formar uma banda? Estamos amadurecendo a ideia”, revela.

Os pais do Gabriel, por sua vez, não vieram de famílias ligadas à música, mas sentiram que poderiam influenciar o filho desde sua infância. “O Gabriel viu na música mais uma oportunidade de ser reconhecido perante seu ciclo de amizades, além de ser mais uma forma de canalizar suas energias, principalmente se sentindo capaz de fazer coisas que antes, achava não ser possível, como tocar um instrumento, por exemplo”, disseram Carlos Vinícius e Diná Souza, pais do adolescente.

menino tocando bateriaComo se percebe, o incentivo parte inicialmente da família, tendo essa, um papel de extrema importância, principalmente em respeitar os interesses individuais, estimulando e participando da rotina da criança. Como um todo, ouvir música, cantar, dançar e tocar um instrumento devem ser atividades alegres, que induzem à felicidade, a fim de obter os inúmeros benefícios de forma natural. A música vai além daquilo que se ouve e quando inserida na rotina, contribui para a saúde física e mental. E isso vale para todas as idades. 

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