É preciso ter uma atenção especial e um olhar respeitoso com o cliente, pois lidamos com sonhos, expectativas e valores a serem investidos no cenário da construção e da decoração. Frequentemente, nós, arquitetos,assumimos a responsabilidade de terceiros, uma vez que o cliente se sente mais seguro quando indicamos os fornecedores. Mas, neste caminho, pode ocorrer contratempo, não cumprimento do contrato e atraso. E, por isso, achei relevante compartilhar o tema com a advogada, Nathália Nunes Borges Mustafa, também colunista da DiverCidades. E, dessa forma, elucidar a questão da responsabilidade de cada um no processo.
Claro que, para se ter um trabalho feito com excelência, é importante contratar profissionais capacitados. Já ocorreu, por exemplo, de um cliente contratar a equipe de execução, pelo valor atrativo cobrado, mas a equipe não conseguia compreender o projeto executivo. Por isso, acredito que priorizar os profissionais capacitados é mais assertivo para vislumbrar um bom resultado. E, claro, isso tem um custo, um investimento.
Outro ponto a ser considerado é que existe uma questão cultural nesse contexto. A cidade de Macaé, após a chegada da Petrobrás, cresceu, em 14 anos, três vezes seu tamanho, virou a terra da “galinha dos ovos de ouro”. O que quero dizer com isso? Os fornecedores e prestadores de serviços, em sua maioria, não conseguiram acompanhar tamanha evolução e se capacitar. Além do serviço ser vendido por valores, muitas vezes, altos, e sem profissionalismo na execução.
Preparar os funcionários para lidar com o cliente e cumprir os prazos estabelecidos é o mínimo a ser feito para que o trabalho seja realizado com o menor impacto possível e, assim, conquistar a satisfação do contratante.
A experiência que o cliente merece ter, desde o projeto até a concretização do mesmo, precisa ser positiva. Isso, sim, traz respeito e valor ao nosso trabalho.
Por isso, é preciso mudar o olhar que, até hoje, ainda se tem de que arquitetura não é para todos, que é supérfluo.
Arquitetura é para todos, sim. É a partir do projeto que se planeja e orça uma obra, diminuindo a surpresafinanceira durante o processo.
Temos outro agravante, que banaliza e mascara uma realidade: as redes sociais. Um vilão que cria um enorme abismo entre a expectativa e a realidade. Nela, postagens são feitas, por muitas vezes, sem critério e rigor de uma informação verídica e de qualidade, levando a ter relevância, às vezes, um profissional nem sempre qualificado.
É importanteadotar critérios rigorosos e redobrar a atenção para não ser atraído apenas pelos números de likes, de seguidores e de visualizações, que a internet entrega.
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